A questÃo do mundo na fenomenologia de Edmund Husserl / The question of the world in Edmund Husserl‟s phenomenology

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O objetivo da dissertaÃÃo à investigar o estatuto da noÃÃo de mundo na fenomenologia de Husserl. Parte-se de uma anÃlise dos elementos implicados na caracterizaÃÃo deste como correlato objetivo universal da vida transcendental. Para tanto, fez-se necessÃrio examinar as noÃÃes de consciÃncia e epochÃ, na medida em que a compreensÃo de seu sentido inÃdito e original à determinante para uma plena apreensÃo da questÃo proposta. A noÃÃo de consciÃncia à elaborada pela fenomenologia husserliana numa significaÃÃo radicalmente oposta Ãs concepÃÃes modernas da mesma, nas quais era concebida, em geral, como interioridade psÃquica que articula idÃias ou dados psicolÃgicos provenientes de estÃmulos recebidos do exterior. De acordo com Husserl, a verdadeira subjetividade deverà ser descrita como Ãmbito ideal-transcendental que abrange a constituiÃÃo de ambos os pÃlos implicados numa experiÃncia qualquer. Sua caracterÃstica fundamental serà traÃada pela intencionalidade operante que garante a correlaÃÃo direta entre sujeitos possÃveis e objetos possÃveis. O mÃtodo que permite acessar tal Ãmbito, tornando possÃvel a descriÃÃo pura da apriÃrica referÃncia dos atos noÃticos aos seus respectivos correlatos noemÃticos, à o mÃtodo da epochÃ. A validaÃÃo deste como procedimento cabÃvel e exigido pelo carÃter da investigaÃÃo se mostra indispensÃvel no interior do pensamento husserliano. O processo de variaÃÃo eidÃtica e o papel da fantasia tambÃm sÃo destacados em funÃÃo de sua importÃncia no todo da operaÃÃo. A concepÃÃo de mundo haurida a partir do emprego desta metodologia que invalida a atitude natural de consideraÃÃo, enquanto um procedimento ingÃnuo e insuficiente para fundar o conhecimento, à extraÃda, primeiramente, num movimento de refutaÃÃo ao conceito moderno de mundo. A concepÃÃo de mundo como horizonte de sentido para toda e qualquer experiÃncia somente encontra fundamento atravÃs da superaÃÃo das tradicionais figuras de consciÃncia e de idealismo. A nova acepÃÃo, instaurada pela fenomenologia, traz como especificidade determinante o carÃter essencial da anÃlise, recurso que lhe permite alÃar-se à atitude transcendental de investigaÃÃo abandonando, concomitantemente, a faticidade imposta pela consideraÃÃo natural. O exame meticuloso da estrutura essencial presente em uma experiÃncia qualquer permite a constataÃÃo dos horizontes implicados em cada vivido singular. A interconexÃo destes num sistema indefinido de novas experiÃncias, eideticamente prÃ-determinadas a partir dos horizontes interno e externo de cada objetividade tomada individualmente, leva ao horizonte total do mundo. O mundo serà entÃo caracterizado como horizonte dos horizontes ou, ainda, como idÃia infinita correlativa Ãs infinidades de experiÃncias possÃveis na unidade de uma mesma vida. Trata-se, enfim, de compreender o mundo como sentido omni-englobante que envolve cada experiÃncia individual de modo a determinar a possibilidade indefinida de experiÃncias possÃveis segundo o telos de concordÃncia e sedimentaÃÃo.

ASSUNTO(S)

mundo fenomenologia edmund husserl world phenomenology filosofia subjetividade husserl, edmund, 1859-1938 - crÃtica e interpretaÃÃo atitudes consciÃncia intencionalidade (filosofia) filosofia alemà filosofia contemporÃnea

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