A presença de processos autogestionários nos empreendimentos de economia solidária pesquisados pelo SIES e a contribuição do campo CTS

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2012

RESUMO

Frequentes crises caracterizam o capitalismo, as quais são por ele manipuladas a fim de concentrar mais riqueza e aumentar o controle sobre a classe operária, com a permanente ameaça de desemprego. Ainda mais, cria um mundo consumista que gera a alienação, pois para consumir é necessário trabalho e para continuar a ter trabalho é preciso aceitar as regras capitalistas. O objetivo da pesquisa é identificar como o Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária SIES, ao disponibilizar dados a respeito de empreendimentos econômico-solidários, obtidos por meio de pesquisa de campo, estabelece-se como uma tecnologia social que contribui para os processos de autogestão característicos da Economia Solidária. Como etapas preparatórias para a análise dos dados fornecidos pelo SIES, o estudo segue um caminho que procura configurar o momento histórico focalizado: a sua estrutura econômica dominante, o neoliberalismo e o capitalismo globalizante; a nova concepção de desenvolvimento territorial que orienta a Economia Solidária, que se pretende organizadora de formas igualitárias e democráticas de produção, consumo, poupança e crédito, como uma alternativa ao sistema dominante; e, finalmente, uma nova linha de pensamento representada pelos estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), com uma nova visão das relações entre progresso científico e tecnológico e seu impacto na dinâmica de desenvolvimento da sociedade. As questões da Economia Solidária são analisadas detalhadamente num capítulo à parte, bem como o processo autogestionário das empresas, por constituir a essência dos empreendimentos solidários. Para atingir o objetivo proposto, foi utilizado o método exploratório, partindo do estudo de casos concretos de empreendimentos solidários oferecidos pelo SIES, que traçam um cenário atualizado da Economia Solidária nas cinco regiões brasileiras, sob a perspectiva do campo Ciência, Tecnologia e Sociedade - CTS. As conclusões do trabalho apontam para o fato de que intervenções multidisciplinares contribuiriam para a construção de uma alternativa ao modo de produção capitalista, para a qual o campo CTS poderia contribuir. Apontam ainda para um crescimento significativo, e também qualitativo, do movimento da Economia Solidária, possivelmente oriundo das sucessivas crises do capitalismo e também de uma mudança de entendimento das maneiras como as organizações econômicas podem se constituir para além das estruturas capitalistas, do mesmo modo que demonstra o relacionamento dos empreendimentos com diversos movimentos sociais, ainda que, segundo os dados do SIES, ainda são tímidas as iniciativas quando se trata de intervenções mais específicas no território que circunda os empreendimentos.

ASSUNTO(S)

desenvolvimento social - ciência, tecnologia e sociedade economia solidária autogestão no trabalho empreendimento solidário ciencias sociais aplicadas solidarity economic self-management simpathetic development social technology sies, cts

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