A positivação de índios e mestiços na revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1900-1930)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

No início do século XX, ainda um período de transição do regime monárquico para o regime republicano, parte da sociedade letrada brasileira passou a valorizar a variedade regional, étnica, cultural do Brasil, tendo como objetivo apresentar um modelo mais integrador da nação de acordo com as ideias de progresso e civilização. Contudo, pensar em questões nacionais, implicava também discutir o país como nação. Um dos problemas apontados é que, em 1822, o Brasil se constituiu como Estado, antes mesmo de se construir como nação. Além da busca incessante por estudos históricos para a construção de uma nacionalidade, outro fator que estava em jogo era a "questão racial". Quais seriam os critérios adotados pela intelectualidade para caracterizar o povo brasileiro em uma coletividade? Como índios, negros e mestiços seriam integrados a este projeto nacional? Esta pesquisa procurou analisar os discursos proferidos nas revistas do IHGB, nas três primeiras décadas do século XX, evidenciando como as noções de raça, de sexualidade e de gênero se imbricam nesses discursos para a construção da nacionalidade brasileira do começo do século XX. Na confluência desses debates, ao se definir o caráter físico e moral da nacionalidade brasileira, raça e sexualidade apareceriam nos discursos reproduzidos e elaborados pela revista do Instituto como estratégias políticas simbólicas para subjugar as mulheres indígenas e mestiças. Construir um país moderno implicava controlar os corpos femininos, uma vez que possuíam a função de serem reprodutoras, seriam as responsáveis por "sujar" a nova prole brasileira.

ASSUNTO(S)

cultura relações de gênero brasil - historia discursos brasileiros revista do instituto histórico e geográfico brasileiro historia do brasil

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