A PLANTA REVIVESCENTE TRIPOGON SPICATUS (POACEAE) ABRIGA UMA DIVERSIDADE DE BACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO VEGETAL NA CAATINGA, REGIÃO NORDESTE DO BRASIL
AUTOR(ES)
Fernandes-Júnior, Paulo Ivan, Aidar, Saulo de Tarso, Morgante, Carolina Vianna, Gava, Carlos Alberto Tuão, Zilli, Jerri Édson, Souza, Layane Silva Barbosa de, Marinho, Rita de Cássia Nunes, Nóbrega, Rafaela Simão Abrahão, Brasil, Marivaine da Silva, Seido, Sirando Lima, Martins, Lindete Míria Vieira
FONTE
Rev. Bras. Ciênc. Solo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-08
RESUMO
As espécies vegetais que ocorrem naturalmente na Caatinga brasileira apresentam diversas adaptações às condições adversas que podem ser exploradas para aumentar a produção vegetal. Entre essas estratégias adaptativas para o enfrentamento da baixa disponibilidade hídrica, a tolerância à dessecação pode ser destacada. Até o momento, a associação entre essas espécies e os microrganismos benéficos do solo não é bem entendida. Os objetivos deste trabalho foram caracterizar bactérias diazotróficas de Tripogon spicatus e avaliar a capacidade de promoção do crescimento delas em plantas de arroz. Dezesseis isolados bacterianos foram estudados quanto a seu posicionamento taxonômico por meio do sequenciamento parcial do gene 16S rRNA, potencial diazotrófico, produção de ácido indol acético (AIA) e solubilização de fosfato de cálcio in vitro, metabolismo de nove diferentes fontes de C em meio semissólido, tolerância a diferentes concentrações de NaCl a pHs e resistência intrínseca a nove antibióticos. A habilidade em promover o crescimento vegetal foi avaliada utilizando o arroz (Oryza sativa) como planta-modelo. Dentre os 16 isolados avaliados, oito foram classificados como pertencentes à família Enterobacteriaceae, relacionados aos gêneros Enterobacter e Pantoea. Seis outros isolados foram relacionados a Bacillus e outros dois a Rhizobium e Stenotrophomonas. A avaliação da incorporação do N ao meio semissólido demonstrou o potencial diazotrófico de todos os isolados. Duas bactérias produziram mais AIA do que a estirpe BR 11175T de Herbaspirillum seropedicae. Isolados bacterianos foram capazes de formar película em meio semissólido suplementado com concentrações de NaCl de até 1.27 mol L-1. A resistência intrínseca a antibióticos e o metabolismo de diferentes fontes de C indicaram um perfil fisiológico muito variável. Sete isolados foram capazes de aumentar o crescimento das plantas de arroz, mais eficientemente do que a estirpe de referência Ab-V5 de Azospirillum brasilense. Os resultados indicaram o potencial de T. spicatus como uma espécie nativa fonte de bactérias promotoras de crescimento vegetal.
ASSUNTO(S)
fixação biológica do nitrogênio inoculante bactérias diazotróficas semiárido plantas tolerantes à dessecação
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