A pedagogia artística como normação da vida: tecnologias do eu e produção do génio musical em Portugal (final do século XIX a início do século XX)

AUTOR(ES)
FONTE

Educ. rev.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-12

RESUMO

RESUMO Esta discussão sobre educação e ensino musical português, entre final do século XIX e início do século XX - uma época em que a procura das aprendizagens musicais foi rarefeita - procura introduzir a hipótese de uma leitura biopolítica a partir da tecnologia do génio. Esse conceito atravessou diversos ramos de ensino, embora através de diferentes modalidades - o que permite perguntar se a regulação artística das populações se daria por uma mesma tecnologia. A pergunta surge a partir da identificação dos diversos contextos educativos, práticas pedagógicas e incidências artísticas que parecem bifurcar o génio em nacional e individual. A educação musical (ensino primário, secundário e normal) foi incentivada pelo Estado através das práticas de canto coral, então, também designado por canto escolar, e com possibilidade de abranger toda a população. Para a grande massa, agilizou-se a incorporação do génio nacional - com suas manifestações públicas de repertório musical, linguístico, emocional e corporal. O ensino musical especializado (conservatórios) dirigia-se, porém, a uma pequena parcela da população, a qual seria capacitada para a execução e criação musical. O incentivo do génio musical (individual) repercutiu uma produtividade global de rarefação das oportunidades, sendo possível identificar algumas dessas técnicas a partir da pedagogia de instrumentos de grande procura, como o piano. Currículos e práticas escolares remetem, apesar desta diferenciação, para o génio como tecnologia unívoca, agilizada por diferentes técnicas pedagógicas de normação dos sujeitos.

ASSUNTO(S)

ensino musical canto coral currículo tecnologias do eu génio

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