A paragrafaÃÃo em cartas de reclamaÃÃes escritas por crianÃas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Esta pesquisa buscou conhecer as estratÃgias de paragrafaÃÃo usadas pelas crianÃas ao produzirem cartas de reclamaÃÃo e, assim, contribuir para uma maior compreensÃo da temÃtica pelos professores. Tivemos como objetivos especÃficos: analisar as produÃÃes dos alunos (cartas de reclamaÃÃo), observando se esses dividem o texto em partes e que tipos de parÃgrafos utilizam; analisar se hà relaÃÃes entre a construÃÃo da cadeia argumentativa e as decisÃes sobre a divisÃo dos parÃgrafos no texto; e, por fim, comparar os textos de crianÃas em diferentes sÃries, no que diz respeito à marcaÃÃo do parÃgrafo e Ãs estratÃgias de organizaÃÃo do texto em partes. Para compreendermos melhor o nosso objeto e analisarmos os dados, nos apoiamos em uma concepÃÃo de lÃngua como interaÃÃo entre sujeitos (BAKHTIN, 1997), que encara o texto como objeto de interlocuÃÃo a serviÃo de prÃticas sÃcio-comunicativas. Participaram da pesquisa alunos de trÃs sÃries (2Â, 4 e 6Â), sendo duas turmas de cada; todas da Rede PÃblica de Ensino. Foram selecionados 20 de cada sÃrie, totalizando 60 crianÃas. Essas produziram uma carta para a diretora da escola em que estudam, fazendo reclamaÃÃes referentes a problemas encontrados na instituiÃÃo. Antes da coleta foi realizada uma intervenÃÃo visando diminuir os efeitos do possÃvel âdesconhecimentoâ do gÃnero em foco. Para ajudar nas anÃlises, realizamos um estudo prÃvio com cartas extra-escolares, no qual buscamos caracterizar a âcarta de reclamaÃÃoâ. Pudemos verificar que nossos alunos utilizam quase todas as estratÃgias que os adultos usam ao produzir uma carta de reclamaÃÃo. Notamos tambÃm uma relaÃÃo parcial entre os usos ou nÃo usos dos componentes e o fato de estar em graus da escolaridade mais avanÃados. A turma 5 (6 sÃrie), por exemplo, pareceu estar mais preocupada com a argumentaÃÃo que as demais. A outra turma de 6 sÃrie (turma 6), porÃm, nÃo teve desempenho igual. Com relaÃÃo à adoÃÃo de modelos mais argumentativos, a turma que se destacou foi uma turma de 4 sÃrie e nÃo uma de 6Â. No que se refere à organizaÃÃo do texto em parÃgrafos, notamos que a quantidade de cartas divididas aumentou com o passar dos anos de escolaridade. No entanto, ao isolarmos os dados das turmas, encontramos uma turma de 2 sÃrie (turma 2) entre as que mais paragrafaram. Isso contraria a hipÃtese de que seria nas sÃries mais avanÃadas que apareceria o maior nÃmero de textos divididos em partes. A variedade de tipos de parÃgrafos foi grande, mas todos mostraram-se pertinentes à estrutura textual solicitada. As anÃlises mostraram ainda que boa parte dos alunos evidenciaram uma lÃgica definida na hora de paragrafar (ex: separavam os componentes ou reclamaÃÃes por parÃgrafo) e que esta lÃgica tinha a ver com a argumentaÃÃo. Vimos tambÃm cartas que precisavam ser melhor paragrafadas, mas que traziam uma argumentaÃÃo consistente e cartas em que a lacuna nÃo estava na divisÃo do texto, mas na argumentaÃÃo. Este Ãltimo caso foi mais freqÃente, o que confirma a hipÃtese de que as crianÃas desde cedo constroem conhecimentos com relaÃÃo à habilidade de organizaÃÃo seus textos em partes, necessitando, claro de uma maior sistematizaÃÃo

ASSUNTO(S)

linguistica argument paragraph production of texts produÃÃo de texto paragrafaÃÃo argumentaÃÃo

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