A ODISSEIA SEGUNDO PENÉLOPE, POR MARGARET ATWOOD
AUTOR(ES)
Freitas, Daniela Silva de
FONTE
Ilha Desterro
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-04
RESUMO
Resumo Este artigo analisa a re-visão que Margaret Atwood faz da Odisseia em A odisseia de Penélope (2005). Partimos de Bakhtin (1993) para mapear a subversão dos traços constitutivos do épico operada pela versão de Penélope e vemos como, ao destronar Odisseu e dar voz a Penélope e às doze servas enforcadas no retorno de Ulisses a Ítaca, Atwood rompe com a linguagem épica sagrada, desmistifica a lenda e atualiza o passado épico absoluto, oferecendo, no lugar da narrativa grandiosa, a experiência pessoal e privada da vida das mulheres. Em seguida, analisamos algumas das implicações da reescrita do mito homérico por uma escritora canadense contemporânea e argumentamos que, ao matar Homero enquanto autor, Atwood tanto inscreve sua obra no cânone quanto abre espaço para o reconhecimento de outras versões da história.
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