A obscuridade do poético em Paul Celan

AUTOR(ES)
FONTE

Pandaemonium Germanicum

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-07

RESUMO

A partir da tensão entre variações do dito e do não-dito e entre figuras de luz e sombra, a obra de Paul Celan performa um certo enfrentamento da condição de silêncio e de obscuridade - de onde seu estigma como obra hermética -, rompendo, a um só tempo, com um certo modo de fazer poesia e de se relacionar com a realidade. Nesse sentido, a obra de Celan não se deixaria resumir a uma espécie de hermetismo, categoria demasiadamente vaga para dar conta da singularidade de sua obra. Em sua obra, dizer e calar seriam, antes, os termos de articulação de uma relação que instaura o espaço poético em que se inscreve o poema. Em diversas ocasiões o próprio poeta tentaria refutar a insistência de alguns críticos em rotular sua obra como obscura. A despeito de seu caráter fragmentário, o manuscrito recém-publicado de seu projeto de conferência intitulado Sobre a obscuridade do poético constitui uma das discussões mais extensas de Celan sobre a questão da obscuridade na poesia. Este trabalho tem por objetivo apresentar esse conjunto de fragmentos de seu projeto de conferência e apontar sua importância para a discussão da noção de obscuridade na obra de Paul Celan.

ASSUNTO(S)

paul celan poesia contemporânea obscuridade hermetismo

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