A noção freudiana de construção

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Freud formaliza a noção de construção apenas em 1937, no final de sua vida e obra. Atualmente, na psicanálise de base lacaniana a construção é pouco considerada como um trabalho do analista. Em função do pouco prestígio que desfruta na psicanálise cabe perguntar: qual o lugar dessa noção na psicanálise? Essa pesquisa se propôs verificar o estatuto da noção de construção na psicanálise freudiana, procurando precisar o seu conceito e indicar as implicações técnicas, teóricas e políticas desta formalização. Esse conceito se cerca de alguns aspectos que ajudam a entender o seu lugar na obra freudiana. Primeiro, o delírio psicótico, enquanto modelo da construção, na medida em que é um esforço para obter uma solução frente a um desejo. O delírio constrói uma realidade capaz de conciliar o desejo insuportável à imagem do eu. Desta imagem do eu, pensa-se na identificação primária ao pai enquanto ideal, e sua representação através da história do totemismo e do monoteísmo. Um deus-pai poderoso precisa ser morto para barrar o desejo sexual e assassino. O mito fala da identificação primária do sujeito, e serve para explicar a sua constituição. O trabalho de construir pretende um avanço no tratamento, pois é a tentativa de avançar sobre aquilo de compulsivo e irrepresentável e que não pode ser interpretado. A construção é eficiente quando toca o núcleo do recalcado do sujeito, e esse passa a considerá-la como sendo verdade. Produz um efeito completo com um instrumento incompleto. Será?

ASSUNTO(S)

psicologia psicanálise: cura psicologia fantasia

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