A neuropatologia da doença de Alzheimer: entendendo a disfunção autônoma

AUTOR(ES)
FONTE

Dement. neuropsychol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-09

RESUMO

Resumo A doença da Alzheimer é uma doença amplamente estudada com foco nos comprometimentos cognitivo e funcional, sintomas de comportamento e psicológicos e manifestações motoras anormais. As disfunções autônomas, apesar de sua importância, foram menos consideradas por estudos sistemáticos. O processo neurodegenerativo subjacente dessa doença, principalmente nas áreas corticais, vem sendo estudado há mais de um século. Entretanto, estruturas autônomas não foram estudadas do ponto de vista neuropatológico com o mesmo interesse. O sistema nervoso autônomo encontra-se relacionado a funções viscerais normais e sua atividade é expressa em relação a necessidades homeostáticas das atividades correntes físicas e mentais do organismo. O processo da doença leva a disfunção autônoma ou disautonomia, possivelmente relacionada com taxas maiores de morbidade e mortalidade. Objetivo: O foco dessa revisão é analisar as estruturas autônomas corticais, subcorticais e mais caudais, assim como o processo neurodegenerativo específico da doença de Alzheimer que acomete essas estruturas. Métodos: Foi realizada busca de artigos sobre estruturas autônomas atingidas pela degeneração de Alzheimer e em condições de normalidade, através do MedLine, PsycInfo e Lilacs, assim como nas referências bibliográficas dos artigos de interesse encontrados, busca manual de estudos clássico em periódicos e livros mais antigos, abrangendo mais de um século de publicações. Resultados: As principais estruturas autônomas centrais são analisadas do ponto de vista funcional, incluindo áreas corticais, estruturas subcorticais (amígdala, tálamo, hipotálamo, tronco cerebral) e medula. Estas constituem as redes neurais autônomas subjacentes às funções vitais. As mesmas estruturas, atingidas pela neurodegeneração específica da doença de Alzheimer foram também descritas de modo detalhado. As estruturas autônomas apresentam alterações neurodegenerativas de grau variável que se desenvolvem de modo progressivo de acordo com os estágios degenerativos descritos por Braak e Braak. Conclusão: As redes neurais constituídas pelas estruturas autônomas centrais, quando lesadas pela neurodegeneração progressive, representam o substrato neuropatológico da disfunção autônoma. A presença dessa disfunção e sua possível relação com taxas mais elevadas de morbidade e talvez de mortalidade entre os indivíduos comprometidos deve ser considerada quando se trata de pacientes com doença de Alzheimer.

ASSUNTO(S)

alzheimer neurodegeneração autônomo disfunção autônoma disautonomia

Documentos Relacionados