A nação e seus outros: uma leitura subalterna de Os Sertões de Euclides da Cunha
AUTOR(ES)
Talita Cristina Pimentel
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
O presente trabalho apresenta uma leitura subalterna de Os Sertões de Euclides da Cunha informada também por fontes do pensamento social brasileiro e da incursão nos arquivos históricos sobre o episódio de Canudos. Este cristalizou um verdadeiro pânico moral no início da República. Euclides da Cunha relatou a revolta de Canudos como um choque entre raças em que a miscigenação ganhou um recorte histórico fincado na divisão binária da sociedade brasileira em caboclos x mulatos (ou interior x litoral). Sublinha-se o pânico moral que tomou conta da sociedade brasileira com relação à mistura racial entre brancos e negros e o temor de que a vida nas cidades seria uma ameaça degenerativa para nossa nacionalidade. A partir dessa divisão racial da sociedade estabelecida por Euclides - e endossada por intelectuais, políticos e artistas na consolidação da República - o sertão e sua gente se consagram como o lugar e os sujeitos de uma nacionalidade genuína. Isto permitiu, também, que se estabelecessem os outros, os indesejáveis na formação da nacionalidade brasileira.
ASSUNTO(S)
sociologia identidade nacional miscigenação biopoder foucault, paul-michel, 1926-1984 cunha, euclides rodrigues pimenta da, 1866-1909 pânicos morais os sertões sociologia os sertões euclides da cunha national identity miscegenation biopower michel foucault
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4007Documentos Relacionados
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