A morte e o processo de morrer de crianças em terapia intensiva pediátrica: vivência do enfermeiro

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Este estudo teve início a partir de minha inquietação em relação à morte de crianças hospitalizadas em uma unidade de terapia intensiva em que trabalhava como enfermeira. Não me sentia à vontade diante do processo de morte e do morrer das crianças, por isso interroguei se os demais enfermeiros que trabalhavam com terapia intensiva também sentiam algo diferente diante desse tipo de situação. Dessa maneira, neste estudo, meu objetivo é compreender a vivência do enfermeiro de terapia intensiva em relação ao processo de morte e do morrer da criança. A fenomenologia, como modalidade da pesquisa qualitativa, me possibilitou compreender a vivência do enfermeiro a partir de entrevistas realizadas com oito enfermeiras, que relataram de maneira muito rica suas vivências a partir da questão norteadora: Qual é a vivencia do enfermeiro de terapia intensiva diante do processo de morte e do morrer da criança? Busquei as descrições seguindo os passos da fenomenologia, tendo chegado a nove unidades de significado. Realizei a interpretação a partir do referencial fenomenológico sociológico de Alfred Schütz. O discurso das enfermeiras mostra que elas lutam sempre para tentar combater a morte e se sentem impotentes diante da morte de crianças; elas se recusam a aceitar a morte inesperada e se envolvem, bem como sofrem com a morte da criança; em alguns casos, a morte de uma criança traz alívio dado o estado de gravidade e sofrimento dela; elas sofrem junto com os pais a dor da perda de um filho; ficam mais sensibilizadas depois que se tornam mães, além de construírem uma armadura para continuar trabalhando no local onde a morte é um fenômeno quase rotineiro. Assim, neste trabalho, mostro que as enfermeiras são seres que mantêm uma relação de intersubjetividade com as crianças e com os pais delas, que vivenciam de maneira muito próxima a dor e o sofrimento dessas pessoas e que tentam criar barreiras no sentido de sofrerem menos no desenvolvimento de suas atividades.

ASSUNTO(S)

morte decs pré-escolar decs relações profissional-família decs existencialismo decs criança decs adolescente decs pesquisa qualitativa decs atitude frente a morte decs unidades de terapia intensiva pediátrica decs morte súbita decs enfermagem teses. lactente decs enfermagem decs relações enfermeiro-paciente decs criança hospitalizada decs enfermeiras/psicologia decs

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