A meiofauna como estoque alimentar para peixes juvenis (Gobiidae e Gerreidae) do Canal de Santa Cruz, ItamaracÃ, Pernambuco com Ãnfase aos Nematoda livre

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

O presente estudo objetivou determinar a importÃncia da meiofauna como fonte de alimento para os peixes das famÃlias Gerreidae (Diapterus rhombeus e Eucinostomus sp.) e Gobiidae (Bathygobius soporator e Gobionellus oceanicus). Considerando que os Nematoda constituem o grupo mais representativo da meiofauna no canal de Santa Cruz, Itamaracà â PE, investigou-se se poderia existir uma seleÃÃo por parte dos predadores. As coletas se processaram em trÃs meses de estiagem e trÃs meses chuvosos em 1998/1999. Foram coletadas 4 rÃplicas na baixamar com um corer de 2,6 cm de diÃmetro e 5,0 cm de comprimento. Os peixes juvenis cujo comprimento padrÃo do corpo variou de 1,7 a 5,5 cm, foram capturados com rede de arrasto de 1 mm de abertura. A meiofauna dos sedimentos e dos conteÃdos gastro-intestinais foi separada atravÃs de peneiras com abertura de malhas de 0,044 a 0,5 mm. Cem Nematoda foram retirados das amostras sedimentolÃgicas e todos os indivÃduos dos conteÃdos para identificaÃÃo. Foram feitas anÃlises de similaridade para o emprego das ANOSIM, MDS, e SIMPER. Onze tÃxons foram registrados, apresentando a densidade mÃxima em janeiro/99 (20.458 ind. 10 cm-2) e a menor em junho/99 (4.162 ind. 10 cm-2). Os tÃxons mais abundantes foram os Nematoda seguidos dos Copepoda. Os outros demais grupos apresentaram densidades que variaram temporalmente. Os Ãndices de diversidade empregados para a meiofauna e Nematoda dos conteÃdos nÃo mostraram grande variabilidade sazonal. O MDS utilizado para correlacionar a meiofauna e aquela correspondente aos segmentos gastro-intestinais mostrou que, possivelmente, os peixes nÃo se alimentam de todos os tÃxons determinados no ambiente, indicando uma seleÃÃo. O SIMPER mostrou que Copepoda e Nematoda sÃo os tÃxons responsÃveis pelo padrÃo de alimentaÃÃo, sendo os primeiros os mais abundantes. Um total de 56 gÃneros de Nematoda foram registrados no sedimento, sendo que, destes, trÃs foram detectados somente no conteÃdo gastro-intestnal dos peixes. Os mais abundantes foram Terschellingia longicaudata, Spirinia septentrionalis, Daptonema sp.1 e Theristus sp.2, tendo sido determinada uma espÃcie nova para o Ãltimo gÃnero citado. A populaÃÃo nematofaunÃstica esteve composta, principalmente por juvenis. A classificaÃÃo trÃfica foi composta, principalmente, por comedores seletivos de depÃsito (1A) no perÃodo seco e por comedores de epistratos (2A) no perÃodo chuvoso. A ANOSIM indicou haver correlaÃÃo significativa tanto para a nematofauna e os gerreÃdeos, como tambÃm para os gabiÃdeos. A equitabilidade acompanhou a diversidade, sendo mÃnimas em fevereiro. Os peixes estudados apresentaram uma âpreferÃnciaâ por Copepoda, enquanto os Nematoda, parecem ser um item negligenciado, nÃo existindo preferÃncia por qualquer gÃnero em particular. No entanto, foi possÃvel concluir que a meiofauna representa um potencial considerÃvel como alimento para nÃveis trÃficos superiores, tendo em vista as altas densidades registradas. De acordo com a quantidade de indivÃduos meiofaunÃsticos detectados no conteÃdo gastrointestinal dos peixes, a meiofauna deve ser compreendida como uma importante fonte energÃtica para peixes juvenis estuarinos

ASSUNTO(S)

meiofauna marinha nematoda livres taxonomia zoologia gobiidae e gerreidae (carapeba) hÃbitos alimentares

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