A mãe no cuidado do recém-nascido na Unidade De Terapia Intensiva Neonatal
AUTOR(ES)
Erika da Silva Dittz
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo analisar a participação da mãe no cuidado do recém-nascido internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do Hospital Sofia Feldman e teve como sujeitos 12 mães e 11 profissionais de saúde que assistem o recém-nascido na UTIN. Utilizou-se a metodologia qualitativa com orientação teórico-metodológica da dialética. A coleta de dados foi realizada por meio de observação participante e entrevista, sendo a observação participante o núcleo de todo o procedimento. A entrevista foi realizada com as mães que participaram da observação e com os profissionais que foram identificados como informantes-chave por meio das situações observadas e das entrevistas. Para o tratamento e a análise dos dados, foi utilizada a Análise de Discurso dos quais emergiram as categorias e subcategorias empíricas: A mãe no cuidado do filho internado na UTIN: construção da permanência materna na Instituição; reconhecimento da importância da presença materna; o que sentem e o que querem as mães; o fazer e o lugar da mãe na UTIN; limites para a participação da mãe no cuidado do filho na UTIN; Construção do cuidado materno: possibilidades e desafios. A partir dos dados coletados, foi evidenciado que a presença da mãe faz parte da história institucional e é fruto do reconhecimento da importância materna para o desenvolvimento do filho e da decisão institucional de garantir o direito de o recém-nascido ter um acompanhante. A informação sobre as condições clínicas do recém-nascido é uma das principais necessidades da mãe, mas ainda não foi incorporada à prática dos profissionais de saúde. As mães constroem um lugar e um fazer no cuidado do filho na UTIN a partir de suas ações, revelando outras dimensões do cuidado e possibilidades de participação. A existência de cuidados que podem ser realizados tanto pela mãe quanto pelo profissional de saúde é causa de conflitos e tensões, e tanto a mãe quanto os profissionais buscam exercer o seu poder. A participação da mãe no cuidado na UTIN não é algo sistematizado, devendo ser construída cotidianamente. Isso requer mudanças na forma como os profissionais planejam e realizam o cuidado. Verifica-se que, no local deste estudo, a existência de estratégias que favorecem a participação da mãe não garante essa participação em sua plenitude, indicando a necessidade de continuar e ampliar os estudos a fim de solidificar as iniciativas já existentes que favorecem essa prática e construir novas possibilidades para a participação da mãe no cuidado, expressa pelas mães como desejo e necessidade e, pelos profissionais de saúde, como possibilidade e desafio.
ASSUNTO(S)
mães/psicologia decs relações mãe-filho decs emoções decs unidades de terapia intensiva neonatal decs criança hospitalizada decs relações interpessoais decs pesquisa qualitativa decs acontecimentos que mudam a vida decs recém-nascido decs dissertações acadêmicas decs
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7X3ERYDocumentos Relacionados
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