A intersetorialidade e a estratégia saúde da família: desafios da relação entre o discurso e a prática.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Introdução: A Saúde da Família, instituída pelo Ministério da Saúde como estratégia reorganizadora da Atenção Básica e de reorientação do modelo assistenial a partir do paradigma da Promoção de Saúde, tem como um dos seus principais pilares para a atuação de forma resolutiva nos determinantes do processo saúde-doença, a intersetorialidade. Este pressuposto, embora consolidado no discurso, ainda não conseguiu se consolidar na prática. Objetivos: Buscou-se discutir o tema da intersetorialidade e sua relação com o discurso e prática da Saúde da Família. Investigou-se a Estratégia Saúde da Família do município de Divinópolis, MG, em relação às questões intersetoriais, procurando detectar os fatores dificultadores e facilitadores desse processo, desde a sua implantação no município, a partir da percepção dos atores envolvidos. Estratégia Metodológica: Primeiramente realizou-se uma revisão de literatura sobre o tema intersetorialidade e suas interfaces com o campo da saúde e com o discurso e prática da Estratégia Saúde da Família. Posteriormente foi realizado um estudo de caso com abordagem qualitativa e a associação de múltiplos procedimentos metodológicos e fontes de evidência: questionários auto-aplicáveis, grupos focais, entrevistas e análise documental. Para a análise dos dados foi utilizado o método hermenêutico-dialético. Resultados: A revisão de literatura aponta a sinergia entre a estrutura da Saúde da Família e a promoção de saúde. Revela também a relação íntima entre atenção primária, promoção de saúde e a intersetorialidade, além de sua importância para o desenvolvimento da democracia e para a construção da cidadania. Os resultados do estudo de caso revelam vários problemas que interferem na efetivação da intersetorialidade, em relação aos recursos humanos, à gestão e à participação social. Conclusão: A intersetorialidade tanto depende como influencia a mudança do modelo de atenção, sendo que a educação permanente é um fator ímpar no processo. A gestão municipal e a atuação dos profissionais das equipes da Estratégia Saúde da Família podem ser considerados itens-chave para efetivar o controle social e a intersetorialidade, os dois últimos são questões-chave para a reorientação do modelo de atenção à saúde, para o aprimoramento do processo democrático e para a abordagem da desigualdade social.

ASSUNTO(S)

entrevistas decs dissertações acadêmicas decs estudos de casos decs dissertação da faculdade de medicina. ufmg promoção da saúde decs atenção primária à saúde decs questionários decs programa saúde da família decs ação intersetorial decs

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