A interrupção da transmissão da doença de Chagas na Venezuela

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2001-02

RESUMO

A interrupção da transmissão da doença de Chagas é atribuida aos efeitos conjuntos da vigilância soroepidemiológica, borrifação contínua de inseticidas residuais assim como a construção e modificação de casas rurais nas áreas endêmicas nas últimas cinco décadas. Os 750.000 km² originais da área endêmica foram reduzidos a 365.000 km². Durante os anos 1958 a 1968, avaliações entomológicas iniciais indicaram que o índice de infestação domiciliar variava de 60 a 80%, o índice de infeção domiciliar entre 8 e 11% e o índice de densidade domiciliar de 30 a 50 triatomíneos por casa. Para o período 1990 a 1998 estes índices foram respectivamente reduzidos para 1,6 a 4,0%, 0,01 a 0,6% e 3 - 4 triatomíneos por casa. A soroprevalência geral diminuiu de 44,5% (95% I.C.: 43,4 a 45,3) para 9,2% (95% I.C.: 9,0 a 9,4%) entre 1958 a 1998. A prevalência da infecção pelo Trypanosoma cruzi entre os doadores de sangue encontra-se abaixo de 1%. A população sob risco de infecção tem sido estimada em menos de quatro milhões de pessoas. Tendo em vista que as taxas de prevalência são estáveis e apropriadas para a avaliação de programas de saúde pública, atenção tem sido dada para tendências potenciais que poderiam alterar o sentido dos resultados tais como: diferenças geográficas na doença ou na longevidade dos pacientes; variações nos níveis de determinação; variações nos critérios de diagnóstico; e variações nas estruturas populacionais, assim como migrações significantes de populações. As áreas endêmicas com transmissão contínua estão restritas a sopés de montes e focos isolados em áreas montanhosas, onde o vetor exclusivo é Rhodnius prolixus. Existem ainda áreas onde a transmissão é muito baixa e ocorrem surtos ocasionais com poucos casos agudos notificados nos estados de Barinas e Portuguesa.

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