A interferência do ritmo biológico no rendimento escolar de pré-adolescentes de uma escola do Município de Esteio/RS

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Os seres vivos convivem com processos rítmicos como as estações do ano, fases da lua e o ciclo dia e noite. Durante o período de 24 horas do dia, observa-se que há oscilações de temperatura corporal, freqüência cardíaca, pressão sanguínea, sono e vigília, etc., demonstrando que há uma organização temporal resultante dos relógios biológicos, os quais expressam o tempo interior ou endógeno da matéria viva com influências na vida cotidiana. Os ritmos biológicos são sincronizados com o ambiente e, se perturbados, podem comprometer o bom funcionamento do organismo. Assim como existem horários preferidos para dormir e acordar, a aprendizagem pode variar dependendo do horário do dia, conforme o ritmo biológico. De acordo com estas informações, foi realizada uma pesquisa com 202 alunos da 4ª série de uma escola de Ensino Fundamental, sendo 100 meninos e 102 meninas, com idades entre 10 e 12 anos, durante os anos de 2008 e 2009, referente ao ritmo biológico, ao desempenho escolar e às atividades realizadas fora da sala de aula, para obter informações relevantes sobre parâmetros que possam afetar o rendimento escolar. Foi utilizada a escala de Carskadon, que investiga os horários de sono e vigília de pré-adolescentes e adolescentes, bem como seus sentimentos em relação a estes horários. Esta escala classificou os alunos em vespertinos e matutinos. Foram feitas comparações entre o ritmo biológico, turno das aulas e rendimento escolar. Conforme análise estatística observou-se que, nos anos de 2008 e 2009 em conjunto, os alunos classificados como vespertinos que estudam no turno da tarde tiveram melhor rendimento escolar quando comparados com os matutinos em todas as disciplinas. Visando identificar qual ano contribuiu para esta significância, foram analisadas as correlações entre as três variáveis com alunos de 2008 e 2009 separadamente. No ano de 2008, constatou-se que não ocorreram diferenças significativas. No entanto, em 2009, entre os alunos do turno da tarde, os vespertinos tiveram um rendimento escolar superior ao dos matutinos. Conforme resultados da pesquisa referente às atividades realizadas fora da sala de aula, este grupo de alunos que está em casa pela parte da manhã, convivem menos com os amigos, fazem menos esportes, jogam mais jogos eletrônicos, se dedicam mais às tarefas escolares propostas para casa, apesar de lerem menos quando comparados com os matutinos. Com base nos resultados, conclui-se que os vespertinos que estudam no turno da tarde apresentam melhor rendimento escolar do que os matutinos que estudam no mesmo turno. Neste contexto, esta pesquisa busca obter e relacionar informações sobre o ritmo biológico e as atividades pessoais e sociais dos alunos de forma a contribuir para a descoberta do melhor momento da aprendizagem e também de um melhor rendimento escolar.

ASSUNTO(S)

relógios biológicos rendimento escolar pré-adolescência aprendizagem ensino fundamental

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