A inter-relação das sialomucinas (antigenos Tn e Stn) com o adenocarcinoma no epitelio de Barrett

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

o esôfago de Barrett é uma complicação da doença do refluxo gastro-esofágico crônico, caracterizado pela substituição do epitélio próprio do órgão por epitélio colunar especializado, com células caliciformes demonstradas pela coloração com o azul de Alcian, em pH 2,5, sendo considerado um fator de risco primário para o desenvolvimento de adenocarcinoma, estimado em cerca de 30 a 125 vezes maior do que na população geral. O melhor método para o estudo macroscópico do esôfago é a esofagogastroduodenoscopia que, com o auxilio de corantes como o lugol e o azul de metileno, possibilita a realização de biópsias nos locais mais adequados, porém não dispensando a confirmação anatomopatológica posterior. Por ser doença letal, vários marcadores para a progressão neoplásica no epitélio de Barrett têm sido estudados, como o antígeno carcino-embriogênico (CEA), genes de supressão tumoral (P53), fatores de regulação do crescimento epidérmico, entre outros. O estudo do muco, em especial das mucinas ácidas representadas pelas sialomucinas presentes nas células caliciformesque caracterizam o EB, mostrou que na metaplasia do tipo intestinal, fi eqüente no trato digestório, o epitélio original do órgão passa a expressar outros antígenos associados ao muco e métodos imunoistoquímicos têm possibilitado a realização de estudos mais detalhados a esse respeito. Os antígenos Tn e Stn já foram analisados em tumores gástricos e de cólon, porém na literatura consultada não foram verificadas referências à utilização destes antígenos no EB. Diante disso, estudou-se 36 doentes com EB, sete acometidos por adenocarcinoma no EB, além de oito indivíduos com epitélio esofágico normal ao exame endoscópico, quanto à expressão das sialomucinas representadas pelos antígenos Tn e Stn, utilizando métodos imunoistoquúnicos. Entre os doentes que apresentavam somente o EB, foram observados, nas células caliciformes, positividade para Stn em 100% dos casos e para Tn em 48% dos casos. Já nas células colunares, o Stn foi sempre negativo, enquanto o Tn foi positivo em 100% dos casos. Nos portadores de adenocarcinoma no EB, a positividade para ambos os antígenos foi de 100%. Em vista dos resultados obtidos, é possível que o grupo de 14 doentes em que ocorreu positividade para o Tn nas células caliciformes, à semelhança do ocorrido quanto à positividade do mesmo antigeno nos portadores de adenocarcinoma, sejam aqueles com maior suscetibilidade para ocorrência futura de câncer.

ASSUNTO(S)

adenocarcinoma mucinas esofago de barrett

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