A influência do genoma humano no curso das hepatites virais crônicas

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2004-06

RESUMO

Os mecanismos que determinam o clearance ou a persistência da infecção viral nas hepatites virais crônicas não estão ainda bem identificados. O progresso no conhecimento sobre as ferramentas genéticas moleculares tem permitido detectar variações na resposta imune, que freqüentemente são associadas com polimorfismos do genoma humano. As diferenças na susceptibilidade do hospedeiro para as doenças infecciosas e a intensidade das doenças não podem ser atribuídas apenas à virulência do agente microbiano. Neste artigo são discutidos vários avanços recentes no conhecimento sobre a influência dos genes humanos nas hepatites crônicas B e C, a saber: a) As associações entre os polimorfismos HLA e a susceptibilidade ou resistência às doenças hepáticas virais; b) Alelos protetores influenciando as hepatites virais B (HVB) e C (HVC); c) Alelos prejudiciais influenciando HVB e HVC; d) Genes candidatos associados com a evolução clínica de HVB e HVC (genes que influenciam as células estreladas do fígado, a produção de TGF-beta1 e TNF-alfa, os depósitos de ferro hepáticos, a produção de angiotensina II, entre outros). O conhecimento das associações genéticas com as hepatites virais crônicas pode fornecer indícios para o pleno entendimento de como se desenvolvem as suas complicações terminais, como a cirrose e o carcinoma hepatocelular. Em futuro próximo, a análise do genoma humano será capaz de elucidar o curso natural de uma hepatite viral, bem como a sua resposta à terapêutica.

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