A influência do estado da colônia na atividade de vôo do meliponíneo Melipona bicolor bicolor Lepeletier (Apidae, Meliponinae)

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Biologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2000-05

RESUMO

A atividade de vôo de Melipona bicolor bicolor, proveniente de Cunha (23º05'S, 44º55'W), Mata Atlântica, foi estudada em dez colônias, em dois períodos: de julho a setembro de 1993 e de agosto a setembro de 1995. As colônias foram agrupadas em fracas, médias e fortes, segundo o diâmetro dos favos de cria, que pode fornecer uma idéia do número de células de cria construídas. Foram realizadas 855 observações durante 5 minutos, a cada meia hora, das 8 às 18 horas, quando era contado o número total de abelhas que entravam e saíam, o número de abelhas que chegava com barro, pólen e resina, além do número que saía com detritos das colméias naquele período. Foram também registradas a temperatura e a umidade relativa do ar. A atividade externa total, assim como a coleta de pólen, foi máxima nas primeiras horas da manhã, principalmente nas colônias fortes. Colônias fracas deslocaram a atividade máxima para as 12 horas, aproximadamente. A coleta de pólen declinou gradualmente, enquanto a coleta de barro e de resina se elevou; a eliminação de detritos foi maior no início da manhã e no final da tarde. A atividade de vôo esteve positivamente correlacionada com a umidade relativa do ar, sendo ótima para colônias fortes na faixa entre 80%-89% de umidade relativa, e para as mais fracas entre 70%-79%. Quanto à temperatura, o limite mínimo observado para saída das abelhas foi de 11°C; com temperaturas ótimas entre 17°C e 22°C. Os resultados evidenciam que o estado geral da colônia influencia as diferentes estratégias de coleta de alimento, e que essas abelhas devem estar adaptadas a ambientes de alta umidade relativa como a Mata Atlântica.

ASSUNTO(S)

meliponíneos atividade de vôo condições climáticas coleta de recursos

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