A influência de eventos exógenos no aumento de rentabilidade das empresas privatizadas na fase manufatureira do PND.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A privatização se disseminou em boa parte da economia mundial nas últimas décadas. O processo, que se iniciou nos anos setenta com o governo Thatcher na Grã Bretanha, rapidamente se espalhou pelo mundo. No Brasil, entre 1991 e 2000, foram vendidas mais de 130 empresas estatais, resultando em uma receita de US$ 87,2 bilhões. O objetivo desta dissertação é discutir e avaliar de forma quantitativa a influência de eventos considerados exógenos à mudança de propriedade no aumento de rentabilidade das empresas privatizadas na fase manufatureira do Programa Nacional de Desestatização (PND). Um dos argumentos mais comuns a favor do processo é o aumento de rentabilidade das empresas após a venda. No Brasil, a maioria das empresas privatizadas na fase manufatureira do PND experimentaram expressivo aumento de rentabilidade na década de noventa. O aumento de eficiência interna destas empresas é a causa usualmente apontada, em geral, associando-o à alteração de gestão. Neste trabalho, argumenta-se que o resultado positivo das empresas privatizadas foi também influenciado por eventos exógenos à mudança do controle acionário, tendo estes fatores contribuído decisivamente para a melhoria dos resultados econômicos. O trabalho se concentra nas principais empresas privatizadas na fase manufatureira. Este recorte é importante e necessário. Importante porque se trata de empresas de grande relevância no parque industrial nacional tanto em termos de produção quanto de faturamento e patrimônio; necessário, por configurar uma amostra mais homogênea. Todas apresentam características de indústria de transformação e foram desestatizadas em período relativamente curto e sob um aparato institucional semelhante. Os resultados encontrados indicam que para o conjunto das empresas analisadas, cerca de 73% do aumento na rentabilidade se deveu a fatores exógenos. A siderurgia foi o setor que contou com maior participação de eventos desse tipo no total da variação da geração operacional de recursos - GOR, apresentando um percentual de participação em torno de 80% entre os anos de 1990 e 1994. Segue-se a este o setor petroquímico, no qual os eventos exógenos representaram cerca de 36% do total explicativo da variação em GOR entre os anos de 1991 e 1995. O setor de material aeronáutico apresentou valores em torno de 16% de participação dos eventos exógenos no aumento de rentabilidade entre os anos de 1993 e 1998.

ASSUNTO(S)

mercado - desestatização indústria petroquímica engenharia de producao indústria aeronáutica siderurgia privatização rentabilidade

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