A influência da dor crônica na qualidade de vida, na mobilidade e na força muscular do idoso

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

31/08/2011

RESUMO

A dor crônica promove influências negativas durante o processo de envelhecimento. Este estudo objetivou avaliar a influência da dor crônica e as suas repercussões físico-funcionais, psicológicas, sociais e ambientais na qualidade de vida de pacientes idosos. Trata-se de um estudo observacional, analítico, transversal e prospectivo, realizado nos Ambulatórios do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG), de Fisioterapia, do Centro de Reabilitação (CR) do Hospital São Lucas (HSL), na Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto (FEFID) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), na Sociedade Porto Alegrense de Auxílio aos Necessitados (SPAAN) e na Sociedade Espírita Maria de Nazaré (SEMN) no período de 2009 a 2011.Foram incluídos 406 idosos, sendo 72% (292) do sexo feminino e 28% (114) do sexo masculino; com idade média de 73 anos com referência de dor crônica (63%) e os sem queixas de dor (37%).Não participaram aqueles com impedimentos funcionais decorrentes de: amputações de membros, dor há menos de três meses, obesidade mórbida, doenças neurológicas, doenças oncológicas, pacientes em unidade de internação, pneumopatias e cardiopatias severas.Na avaliação os idosos responderam a uma ficha de dados, a Escala Análogo Visualde Dor (EAV); responderam aos questionários WHOQOL-BREF, WHOQOL-OLD, a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15); e realizaram os testes Timed Up and Go (TUG) e Força de Preensão Manual com Dinamômetro SH5001(FPM). Nesta amostra, 72,6% (295) estavam em atendimento ambulatorial (IGG, CR e Fisiatria), institucionalizados 21,2% (86) (SPAAN e SEMN) e pertencentes à FEFID 6,2% (25).O sexo feminino se mostrou associado a dor, enquanto o masculino, à ausência dela. Os idosos de 60 a 69 anos foram os que mais referiram presença de dor, e quanto maior a faixa etária (80 a 100),menor a referência a ela.No WHOQOL-OLD ocorreu diferença estatisticamente significativa nas Facetas de Funcionamento do Sensório e Autonomia, sendo que, na primeira, a média do grupo com dor se mostrou mais elevada (p<0,05), enquanto, na última, o grupo sem dor apresentou média mais elevada (p<0,05). Nos Domínios das Relações Pessoais e Meio Ambiente do WHOQOL-BREF, não foram observadas diferenças estatísticas significativas (p>0,05).Não ocorreu diferença significativa na comparação da pontuação total do WHOQOL-OLD (p>0,05), indicando que tanto os idosos com dor como aqueles sem dor estão apresentando uma QV semelhante. Entretanto, o escore global do WHOQOL-BREF detectou que o grupo sem dor (68,114,1) apresentou escore médio significativamente mais elevado que o grupo com dor (60,717,1).A média de dor obtida no total da amostra foi de 3,3 cm, considerada dor leve a moderada.Os testes Timed Up and Go e Força de Preensão Manual; e a Escala de Depressão Geriátrica não se mostraram influenciados pela presença ou não de dor. Vale destacar que 98% da amostra apresentaram algum grau de depressão. Nos idosos entrevistados, a dor crônica influenciou negativamente a qualidade de vida global, ampliando a Faceta de Funcionamento do Sensório e reduzindo a de Autonomia. Não foram verificadas repercussões na mobilidade, na força muscular e na depressão

ASSUNTO(S)

medicina geriatria gerontologia biomÉdica dor - aspectos psicolÓgicos envelhecimento idosos qualidade de vida forÇa muscular atividades cotidianas medicina

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