A imagem do sertão em Jose de Alencar

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

A presente dissertação é uma análise de O sertanejo, de José de Alencar. Partindo da hipótese de que o "sertão" é um espaço literário, constituído pelas diversas narrativas que foram forjando suas imagens ao longo do tempo, procuramos identificar no romance os temas utilizados pelo autor na sua construção. No primeiro capítulo, "O Cenário", argumentamos que Alencar, em conformidade com a visão que se tinha desse espaço na sua época, compreendia o sertão como espaço semidesbravado, localizado entre as áreas mais densamente povoadas e o mato ainda não penetrado pelos conquistadores. Utilizando-se dos lugares-comuns que faziam parte da visão romântica da natureza, o autor construiu um cenário grandioso, que servia para afirmar a diversidade e a superioridade do Brasil em relação aos paises do Velho Mundo. No segundo capítulo, "Os Atores", propomos a hierarquização dos personagens do romance segundo duas ordens diversas: a primeira, social; a segunda, dada pela sua relação com a natureza. O lugar de Arnaldo, o herói, nessas hierarquias é sempre complexo. Habitando o espaço intermediário entre a fazenda e a floresta, o sertanejo desempenha o papel de um elo entre esses dois mundos e se constitui como mais legítimo representante do sertão. Finalmente, em "O Grande Drama do Deserto", terceiro capítulo desta dissertação, tomando por base as sugestões de Alencar em O nosso cancioneiro, texto em que analisa as canções populares do Ceará, discutimos a pecuária do sertão como uma atividade marcada pela luta do vaqueiro com o gado. Num segundo momento desse capítulo, analisamos a disputa pela posse da terra, enfocando a relação conflituosa dos grandes fazendeiros com os índios e entre si .

ASSUNTO(S)

ficção brasileira romantismo

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