A Imagem da mulher na moda: uma anÃlise das representaÃÃes dos corpos femeninos nas fotografias publicitÃrias da marca Dolce &Gabbana / The Image of women in fashion: An analysis of the female body representations on the advertising photographs from the brand Dolce &Gabbana.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/04/2012

RESUMO

Esta pesquisa aborda a representaÃÃo da beleza feminina nos corpos exibidos em vinte e quatro fotografias publicitÃrias da marca Dolce &Gabbana, analisadas sob a perspectiva de dois mÃtodos: a anÃlise composicional, sugerida por Rose (2001), e um mÃtodo desenvolvido por Dyer (1982) para a interpretaÃÃo das repr esentaÃÃes dos corpos na publicidade. Em um primeiro momento, se discute o conceito de representaÃÃo e a construÃÃo de um habitus (BOURDIEU, 1992, 2004), pelo corpo feminino nas fotografias. Apesar da elevada variaÃÃo do conceito de beleza, percebemos nas imagens dos corpos os valores atribuÃdos por uma determinada sociedade e que, na publicidade de moda, encontra-se vinculado ao consumo. Portanto, torna-se efÃmero para sustentar o mercado, que envolve, tanto os produtos dos anÃncios (que nem sempre estÃo diretamente vinculados à beleza feminina) como o prÃprio corpo que se tornou um produto e que possui toda uma indÃstria da beleza que o mantÃm. Em um segundo momento, percebemos a imagem da mulher na moda vinculada à seduÃÃo, pois como afirmou Mitchell (2009), as imagens pretendem nos beijar e tal seduÃÃo ocorre na maior parte das vezes com o espetÃculo. Surgem mulheres perfeitas, âas VÃnusâ da contemporaneidade sÃo apresentadas nas imagens publicitÃrias com medidas ideais, sem marcas de expressÃo, idiossincrasias, poros, quase âplastificadasâ (MAGALHÃES, 2006). Os âcorpos dÃceisâ na perspectiva de Foucault (1997), vÃm à tona, pois seguem a mesma linha e forma e precisam anular-se em funÃÃo do produto, tendo os seus gestos, atitudes e expressÃes controladas, reiterando estereÃtipos sociais femininos. Tais padrÃes sÃo difundidos pelas mÃdias nos discursos imagÃticos, que como afirmou Foucault (1997), engendram relaÃÃes de poder sobre modelos e espectadores, os quais alÃm de adquirirem os produtos da moda, terminam almejando os corpos. Conforme Garcia (2006, p. 9) âCompramos os produtos, mas desejamos o corpoâ e nÃo somente o corpo, mas toda a felicidade efÃmera apresentada pela publicidade. No terceiro momento da pesquisa percebemos que as imagens pautam a vida e os corpos dos indivÃduos na contemporaneidade e que, como Kamper (2002a) argumentou, as pessoas passam a viver tanto em funÃÃo das imagens que terminam morrendo por elas. Em um sentido metafÃrico ou literal, percebemos o argumento do filÃsofo nas imagens que apresentam mulheres neutras, sem vida, bonecas de âmarionetesâ da publicidade. O sÃculo XX agregou a mulher magra e longilÃnea, surgiram as modelos e top models, que se distanciam dos antigos valores agregados à beleza feminina (fecundidade) onde a gordura prevalecia nos corpos, hoje visualizamos o corpo magro, quase anorÃxico. Ao analisar as fotografias da marca Dolce &Gabbana percebemos que a mulher representada segue uma linha âquaseâ andrÃgena, com aspecto robotizado que se tornou evidente tanto pela sua atitude na cena como pelo corpo demasiadamente editado por softwares de tratamento. As fotografias possuem estreita relaÃÃo com o social, reiteram os valores atribuÃdos por nossa sociedade à beleza, onde corpos e tecnologias se unem e transformam as formas de ver e lidar com as imagens.

ASSUNTO(S)

comunicacao representaÃÃo fotografia publicitÃria corpo mulher beleza representation advertising photography body women beauty fotografia de moda imagem corporal em mulheres beleza fÃsica(estÃtica) mulheres na comunicaÃÃo de massa

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