A idealidade do objeto literário: a neutralização da tese

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Partindo da tese A idealidade do objeto literário, que Derrida planejara escrever no início de sua carreira, optando por neutralizá-la antes mesmo do surgimento da desconstrução, esta tese trata da neutralização da tese em duas versões: a estrutural (neutralização da tese como abandono da tese doutoral) e a genética (neutralização da tese como suspensão da atitude natural ingênua). Na versão estrutural, mostra-se como a própria desconstrução justifica a neutralização da tese através da noção derridiana de iterabilidade, que é aqui defendida como a estrutura da desconstrução. Dado que a desconstrução implica o abalo à metafísica da presença, a tese de Derrida, devido ao seu necessário vínculo à fenomenologia, à idealidade e à teoria literária - todas tributárias da metafísica -, tem sua neutralização legitimada. Contudo, a versão genética mostra que A idealidade do objeto literário é a própria neutralização da tese, já que é assim que Derrida acaba por definir a literatura; esta passa a ter, neste caso, a mesma definição da fenomenologia, e, por fim, da desconstrução. Revela-se, então, uma inextricável imbricação entre fenomenologia, literatura e desconstrução, o que permite defender a tese de que a neutralizada tese A idealidade do objeto literário é a gênese da iterabilidade, isto é, da própria desconstrução.

ASSUNTO(S)

teoria literária teoria literaria fenomenologia

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