A idade influencia os desfechos em pacientes com idade igual ou superior a 70 anos submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica isolada
AUTOR(ES)
Rocha, Antônio Sérgio Cordeiro da, Pittella, Felipe José Monassa, Lorenzo, Andrea Rocha de, Barzan, Valmir, Colafranceschi, Alexandre Siciliano, Brito, José Oscar Reis, Mattos, Marco Antonio de, Silva, Paulo Roberto Dutra da
FONTE
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-03
RESUMO
OBJETIVO: Analisar os resultados da cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) isolada com circulação extracorpórea em pacientes com idade > 70 anos em comparação àqueles com < 70 anos. MÉTODOS: Pacientes submetidos consecutivamente à CRVM isolada. Os pacientes foram agrupados em G1 (idade e" 70 anos) e G2 (idade < 70 anos). Os desfechos analisados foram letalidade hospitalar, infarto agudo miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico (AVE), reoperação para revisão de hemostasia (RRH), necessidade de balão intra-aórtico (BIA), complicações respiratórias, insuficiência renal aguda (IRA), mediastinite, sepse, fibrilação atrial (FA) e bloqueio atrioventricular total (BAVT). RESULTADOS: Foram estudados 1033 pacientes, 257 (24,8%) do G1 e 776 (75,2%) do G2. A letalidade hospitalar foi significantemente maior no G1 quando comparado ao G2 (8,9% vs. 3,6%, P=0,001), enquanto a incidência de IAM foi semelhante (5,8% vs. 5,5%; P=0,87). Maior número de pacientes do G1 necessitou de RRH (12,1% vs. 6,1%; P=0,003). Da mesma forma, no G1 houve maior incidência de complicações respiratórias (21,4% vs. 9,1%; P<0,001), mediastinite (5,1% vs. 1,9%; P=0,013), AVE (3,9% vs. 1,3%; P=0,016), IRA (7,8% vs. 1,3%, P<0,001), sepse (3,9% vs. 1,9%; P=0,003), fibrilação atrial (15,6% vs. 9,8%; P=0,016) e BAVT (3,5% vs. 1,2%; P=0,023) do que o G2. Não houve diferença significante na necessidade de BIA. Na análise regressão logística multivariada "forward stepwise", a idade >70 anos foi fator preditivo independente para maior letalidade operatória (P=0,004) e para RRH (P=0,002), sepse (P=0,002), complicações respiratórias (P<0,001), mediastinite (P=0,016), AVE (P=0,029), IRA (P<0,001), FA (P=0,021) e BAVT (P=0,031) no pós-operatório. CONCLUSÃO: Este estudo sugere que pacientes com idade > 70 anos estão sob maior risco de morte e outras complicações no pós-operatório de CRVM em comparação aos pacientes mais jovens.
ASSUNTO(S)
revascularização miocárdica mortalidade hospitalar complicações pós-operatórias idoso
Documentos Relacionados
- Sobrevida em longo prazo de octogenários submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica isolada
- Características Epidemiológicas e Preditores de Mortalidade em Pacientes Maiores de 70 Anos Submetidos à Revascularização Miocárdica Cirúrgica
- Preditores de mortalidade em pacientes acima de 70 anos na revascularização miocárdica ou troca valvar com circulação extracorpórea
- Análise prospectiva de risco em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica
- Infarto do miocárdio perioperatório em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica