A globalização ou o mito do fim do Estado

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

A presente dissertação centra-se na análise da tese do fim do Estado-nação como ator principal das relações internacionais. Busca-se, no estudo, refutar as assertivas dos teóricos da globalização segundo as quais a proeminência de atores não-estatais na política mundial, teria, principalmente a partir da década de 1980, provocado um processo célere de decomposição do poder político estatal. Segundo os globalistas, a estrutura de poder consolidada a partir do Tratado de Paz de Vestfália (1648), que tinha nos Estados nacionais o seu elemento dinâmico, fora, atualmente, fragmentada pela crescente importância assumida pelas empresas transnacionais, ONGs, blocos regionais, indivíduo, etc. A análise do problema apóia-se na concepção de poder infra-estruturalformulada por Michael Mann e na teoriada interdependência.Para Mann, os atuais Estados-nação se consolidaram a partir de uma rede infra-estrutural de poder capaz de enquadrar os atores da sociedade civil, sendo esta o recurso que torna possível a autonomia e a soberania estatal. Conforme a teoria da interdependência, as relações internacionais se orientam, hodiernamente, por uma rede institucional de poder que envolve diferentes atores sociais, sob a tutoria soberana dos Estados-nação. Defende-se, pois, que a evidente proeminência de atores não-estatais não tem sido capaz de desmantelar nem o padrão de infra-estrutura desenvolvido com o ascenso dos Estados nacionais, nem o sistema político internacional estabelecido pelos Estados-nação como unidades sistêmicas

ASSUNTO(S)

estado nacional relações internacionais globalização regionalismo

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