A fotografia expandida

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Entre todas as manifestações visuais do século XX, acreditamos que a fotografia é a que guarda uma mágica insinuação de veracidade . Mesmo quando ela foi atacada e julgada menor, a fotografia trilhou sua objetividade óbvia para, aos poucos, ocupar um espaço que fosse suficiente para causar uma inversão e encontrar a errática trilha, que a tomasse, simplesmente, arte. Por essa ótica, não será mais preciso justificar nada, falar de nada, flagrar o nada. A fotografia se expandiu. Quando falamos em fotografia expandida, queremos enfatizar a importância do processo do artista, para justificar a tese de que a fotografia também se expandiu em termos de flutuação ao redor da tríade peirciana. Ou seja, essa ampliação do signo fotográfico se deu graças ao arrojo dos artistas mais inquietos, que timidamente, iniciaram esse percurso para podermos afirmar que hoje a fotografia também é símbolo. Para superar os paradigmas tão fortemente impostos pelos fabricantes de equipamentos e materiais, aos poucos, surgiu exuberante uma fotografia outra, que não só questionava os padrões impostos pelos sistemas fotográficos, como também transgredia a gramática do fazer fotográfico. Interessa-nos apontar para a importância desse fazer e, para isso, desenvolvemos algumas possibilidades, considerando as estratégias propostas por Andreas Müller-Pohle, e os diversos procedimentos que poderemos desenvolver para ampliar as opções das estratégias. A fotografia brasileira contemporânea, particularmente a fotografia expandida, tem uma incrível ressonância no circuito internacional, e vem sendo exibida como uma das poucas manifestações visuais que soube estar em sintonia com as diferentes tendências das últimas décadas. Para confirmar sua importância visual e conceitual, recortamos o universo contemporâneo na produção de quatro artistas brasileiros - Cássio Vasconcellos, Kenji ata, Eustáquio Neves e Odires Mlászho - que produzem imagens totalmente diferentes, a partir de procedimentos tão diversos. A fotografia expandida tem ênfase no fazer, nos processos de trabalho e na busca criativa de uma imagem que seja suficientemente perturbadora. A fotografia expandida é desafiadora, porque subverte os modelos e desarticula as referências. Ao mesmo tempo que o sujeito enfrenta o processo de trabalho com criatividade e sutilezas, o observador toma-se cúmplice, maravilhado que fica pelo percurso do artista. Saber entender essas conexões, com certeza, ampliará nossas percepções

ASSUNTO(S)

fotografia expandida fotografia comunicacao e semiotica comunicacao neves, eustaquio 1955- -- critica e interpretacao mlaszho, odires -- critica e interpretacao ota, kenji -- critica e interpretacao vasconcellos, cassio -- critica e interpretacao

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