A formação profissional do enfermeiro: avanços e desafios para a sua atuação na atenção primária à saúde
AUTOR(ES)
Livia Cozer Montenegro
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo conhecer a percepção do enfermeiro acerca do seu processo de formação profissional para atuar na atenção primária à saúde, por meio de um estudo de caso de abordagem qualitativa. Os sujeitos da pesquisa foram enfermeiros de ambos os sexos que atuavam há mais de um ano no Programa Saúde da Família de 21 Unidades Básicas de Saúde de Belo Horizonte conveniadas com a Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, por meio do Programa de Reorientação da Formação Profissional em Saúde. A coleta de dados foi realizada em três etapas: Na primeira realizou-se um contato com os gerentes das Unidades Básicas de Saúde para a apresentação do estudo e obtenção da sua concordância em realizar a pesquisa; na segunda, foi aplicado um questionário para conhecer o perfil sócio-demográfico e as características do processo de formação profissional dos sujeitos e na terceira, foram realizadas entrevistas gravadas seguindo um roteiro semi-estruturado. Para a análise dos dados dos questionários sobre o perfil sócio-demográfico e do processo de formação profissional dos enfermeiros foi feita a tabulação com o auxílio do programa Epi-Info (versão 3.2.2). Com relação aos dados coletados por meio de entrevistas, utilizou-se a técnica da análise de conteúdo. Os resultados apontaram o predomínio de enfermeiros do sexo feminino com idade entre 20 e 39 anos. A maioria dos sujeitos finalizou o curso de graduação em enfermagem entre 6 e 15 anos, estudou em universidades públicas e não se considerava apta para trabalhar na atenção primária após a conclusão do curso. A respeito do trabalho na atenção primária 40% dos enfermeiros atuam há menos de 6 anos e 35% há mais de 10. Também foi possível identificar que a maior parcela trabalha exclusivamente em um emprego, com carga horária semanal de até 40 horas. A respeito das facilidades durante o período de formação para atuar na atenção primária, os enfermeiros identificaram as seguintes questões: ter estudado em universidade pública, possuir curso técnico em enfermagem, colaboração de profissionais mais experientes no momento de inserção no primeiro nível de atenção, a estratégia de ensino por meio do Internato Rural e a presença de professores capacitados na área de Saúde Pública. Como aspecto dificultador foi evidenciado o despreparo dos enfermeiros após a conclusão do curso. Sobre a trajetória profissional do enfermeiro na atenção primária foram destacados os seguintes aspectos: a escolha pela área de atuação ocorreu por meio do contato prévio com os conteúdos de Saúde Pública durante a graduação; é essencial gostar de atuar neste nível de atenção à saúde e a necessidade de atualizar-se continuamente. A respeito das competências para a realização das atividades no nível primário de atenção à saúde, definiu-se como fundamental a escuta qualificada, o trabalho em equipe, o domínio do saber em Saúde Pública e a educação permanente. Essas competências estão de acordo com aquelas requeridas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação dos enfermeiros nos cursos de graduação em enfermagem. Dessa forma, entende-se que os enfermeiros que atuam no cenário pesquisado vislumbram um profissional apto para atuar com conhecimentos que os permitam reconhecer as relações do seu trabalho sobre a saúde da população, bem como capazes de compreender a natureza humana em suas dimensões, expressões e fases evolutivas.
ASSUNTO(S)
atenção primária à saúde/tendências decs papel do profissional de enfermagem decs pesquisa qualitativa decs enfermagem decs enfermagem teses dissertações acadêmicas decs programa saúde da família decs educação continuada em enfermagem/tendências decs humanos decs masculino decs femnino decs adulto decs
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/GCPA-84RHCDDocumentos Relacionados
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