A formação dos trabalhadores a partir do campo do trabalho : subjetividade e classe

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

O campo deste trabalho é o da formação política das classes trabalhadoras, a comportar uma necessária reflexão em tomo do processo mais geral de conhecimento e educação, da definição de um sentido particular para a formação e, finalmente, dos sujeitos que a realizam e dos que dele são destinatários. A questão central tratada diz respeito à importância da definição clara de um sentido para a formação empreendida, sentido que necessariamente implicará na recorrência à teoria social. Na análise efetivada, são tomados como referência concreta determinados experimentos formativos, os quais se situam na qualidade de locus a permitir a realização desse movimento de análise. A simultânea recorrência à teoria marxista vai privilegiar a adoção do seu método, da crítica às formas de estruturação da sociedade capitalista, da valorização da concepção de mundo das classes subalternas - e das possibilidades de sua ultrapassagem - e, portanto, da elaboração de uma subjetividade e de sujeitos coletivos com capacidade não só de empreender a crítica ao ordenamento hegemônico, mas de intervir ainda no seu interior, a partir de uma perspectiva nova, emancipatória, contendo a marca da busca coletiva para imprimir nessa forma instituída de organização social, os traços da nova racionalidade que já está a circular. A adoção dessa referência teórica é que vai permitir seja feito o necessário diálogo com os experimentos, recuperando igualmente no seu interior, a perspectiva dos sujeitos que são "formados", na tentativa de apreender os significados que conseguem dar a estas práticas em termos de novos esferas de subjetividade e racionalidade. Assim, a formação será considerada como instrumento fundamental à subjetivação das classes trabalhadoras, contribuindo para a potencialização da crítica e da constituição de novas alternativas de sociabilidade, situando-se como um campo de força estratégico. As considerações finais vão afirmar a importância da dialetização dos componentes imediatos presentes nas práticas e concepções de mundo dos trabalhadores, reforçando assim o plano da mediaticidade, possibilitando tomar reconhecível o novo projeto societário, potencializando-o, o que põe em evidência a centralidade da teoria crítica

ASSUNTO(S)

trabalhadores - educação subjetividade hegemonia

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