A formação dos agentes comunitarios de saude : experiencia do municipio de Campinas / The training of community health agent: experiences of county of Campinas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Este trabalho foi composto por três artigos sobre a formação dos agentes comunitários de saúde (ACS) no município de Campinas, no período compreendido entre julho de 2001 a julho de 2006. No primeiro artigo, apresentamos uma reconstituição histórica dos serviços públicos de saúde no município de Campinas por meio de revisão de documentos produzidos na Secretaria Municipal de Saúde que abordam a formulação das políticas públicas em saúde. Para tanto, resgatamos a origem do processo da constituição do município de Campinas, apoiados em produções científicas pertinentes, entendendo que as condições econômicas, sociais e políticas refletiram-se na política de saúde adotada nos diversos momentos históricos. Mais recentemente, ocorreu a implantação do Programa de Saúde da Família, no ano de 2001, que se propõe a fortalecer o Sistema Único de Saúde através das diretrizes de acolhimento, responsabilização, gestão participativa, vínculo e controle social, incluindo um novo sujeito no sistema de saúde: o agente comunitário de saúde. No segundo artigo, analisamos o perfil dos ACS inseridos no Programa de Saúde da Família ? Paidéia. Este estudo foi desenvolvido com 426 ACS distribuídos nas 116 equipes de referência das 47 unidades básicas de saúde e dos 13 módulos de saúde. Os dados foram coletados através de questionários semi-estruturados, e, para a análise quantitativa, foi utilizada a estatística descritiva com distribuição absoluta e relativa das respostas nas categorias investigadas. Identificamos que os ACS estavam na faixa etária entre 18 e 44 anos e possuíam entre 9 e 11 anos de estudos. Na maioria (78,17%) eram mulheres, 49,3% eram casados ou em união estável, 40,2% não tinham filhos e 46,25% tinham um ou dois filhos. Em relação ao tempo de moradia na região, 63,38% eram moradores há mais de 6 anos na comunidade em que trabalhavam, sendo que a participação comunitária mais relevante ocorria em entidades religiosas (36,15%). As atividades de lazer preferidas eram as esportivas (57,27%), seguida pelas artísticas (40,85%) e as artesanais (35,45%). Quanto à ocupação formal e informal, podemos observar que 80,75% dos ACS possuíam trabalho formal e 32,39% estavam no trabalho informal. No terceiro artigo, analisamos a inserção do ACS nas unidades básicas de saúde do município de Campinas, identificando se a formação oferecida pela Secretaria Municipal de Saúde contribuiu para a construção das habilidades e competências desses profissionais. A pesquisa desenvolvida foi de natureza qualitativa em saúde, sendo utilizado a técnica de grupo focal, para a análise dos dados empíricos nos apoiamos na análise temática de conteúdo. A formação dos ACS tinha por objetivo inserir um profissional crítico, independente, questionador, capaz de refletir e intervir sobre suas realidades social, política, econômica e cultural. Diante da pesquisa realizada, pudemos constatar que esse profissional atua na perspectiva de efetivar as diretrizes estabelecidas, cumprindo o papel de interlocutor entre a comunidade e os serviços de saúde, re-significando continuamente as práticas no cotidiano do seu trabalho. No contexto analisado identificamos que a formação oferecida pela SMS foi determinante na construção das habilidades e competências dos ACS, consolidando as diretrizes do PSF - Paidéia. Entendemos que a formação é contínua na medida em que está permeada pelas relações concretas que operam realidades e que possibilita construir espaços coletivos para a reflexão e a avaliação de sentido dos atos produzidos no cotidiano

ASSUNTO(S)

historia professional profile family health program trabalho training perfil profissional formação

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