A formação do Supervisor Escolar em encontros colaborativos e de parceria com outros gestores educacionais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/10/2012

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo analisar, por meio da linguagem, como ocorre a formação de um supervisor e da equipe gestora de uma escola da rede municipal de São Paulo, durante interações estabelecidas em conversas reflexivas, frente às prescrições contidas em quatro Portarias, que tratam das especificidades do trabalho do Supervisor Escolar quanto a sua ação de assessoramento e orientação aos gestores. Em outras palavras, procura observar como os espaços de formação criados são significativos para o pesquisador-supervisor, nas interações com uma supervisora colaboradora e, posteriormente, com a diretora e a coordenadora pedagógica de uma escola municipal. Teoricamente, o trabalho está apoiado nos conceitos de gestão educacional de Libâneo (2008) e Lück (2008) como paradigmas que buscam a coesão do fazer pedagógico e uma maior participação do coletivo nas tomadas de decisão. Também é discutido o papel do Supervisor Escolar a partir das perspectivas de Rangel (1997 e 2011), Paro (2011), Evangelista e Freire (2011), Giancaterino (2010), Ferreira (2008) e Carvalho e Oliveira (2012) para o desenvolvimento das ações de articulação das diretrizes políticas educacionais, acopladas à ação formadora do Supervisor Escolar. A pesquisa apoiou-se também na Pedagogia Crítica (FREIRE, 1975 e 2001) e na Teoria Sócio-Histórica e Cultural, tendo como foco questões como mediação e zona de desenvolvimento proximal, segundo Vygotsky (1996 e 2000), à perspectiva da linguagem como instrumento valioso, de cunho inerentemente ideológico (BAKHTIN, 2003 e 2004), necessário à tomada de consciência dos profissionais da educação através de uma prática dialógica. A metodologia de pesquisa é Crítica de Colaboração (MAGALHÃES, 2004), pois parte do pressuposto da necessidade de transformação social e educacional, por meio de ações refletidas em parceria com os gestores educacionais. Os dados foram gerados no decorrer de: (1) dois encontros de formação, chamados de conversas reflexivas, dos quais fizeram parte o supervisor pesquisador e uma supervisora colaboradora; e (2) uma reunião, também chamada de conversa reflexiva, da qual fizeram parte o supervisor pesquisador, um diretor e um coordenador pedagógico de uma escola pública municipal. Os dados foram analisados a partir das perspectivas teóricas de Kerbrat- Orecchioni (2006), das categorias da análise do discurso de Orsolini (2005), nas análises de interação de Pontecorvo (2005) e na responsabilização enunciativa de Adam (2011). Esta investigação se justifica pela crescente preocupação com a formação das equipes diretivas das escolas frente às grandes transformações sociais e políticas mundiais e, mais especificamente, as brasileiras ocorridas no século XX. Ao longo da pesquisa, concluí que a formação do Supervisor Escolar é imprescindível para uma atuação comprometida com as questões políticas e sociais na condução de seus fazeres escolares, entendendo estes como reconstrutores de objetivos institucionais educacionais úteis para o aperfeiçoamento das práticas didático-pedagógicas das escolas. É a partir dessas questões que se dá a investigação da distância entre as prescrições e o trabalho realizado pelos gestores educacionais quanto à implementação de ações que busquem desenvolver e elaborar os projetos escolares

ASSUNTO(S)

formação supervisão escolar linguistica aplicada prescrição gestão escolar school supervision professional education prescription school management

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