"A fluoretação das águas de abastecimento público no município de Ribeirão Preto (SP)" / The fluoridation of public water supply in the city of Ribeirão Preto, SP.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

No Brasil existem dificuldades para o controle da dosagem correta do flúor na água de abastecimento, ainda que sua incorporação represente um método seguro, econômico, eficaz e eficiente para reduzir os níveis de cárie dentária na população. O flúor presente constantemente na água ingerida participa dos ciclos de desmineralização e remineralização do esmalte dentário, atuando de forma terapêutica e preventiva, tendo sido atribuída à fluoretação das águas uma redução de 30 a 60% na incidência da cárie dentária. Para alcançar os efeitos preventivos, os teores adequados precisam ser mantidos permanentemente, pois a interrupção temporária ou definitiva e teores de flúor abaixo do recomendado acarretam a perda do benefício pela população. Para teores acima do recomendado, corremos o risco de desenvolver a fluorose dentária nas crianças cujos dentes estejam em formação. Este estudo propõe, através de uma metodologia qualitativa, usando como estratégia investigativa a entrevista semi-estruturada e a análise documental, conhecer como o município de Ribeirão Preto realiza o monitoramento da fluoretação das águas de abastecimento público, contextualizando-o com as políticas públicas de saúde, sendo no campo da saúde bucal, seu principal avanço foi a redução do índice CPO-D, de 6,14 em 1992, para 1,95 em 2004. Contudo, o município ainda apresenta dificuldades para universalização da assistência odontológica e para as referências de especialidades. A rede de abastecimento público de água do município apresenta uma singularidade ao ser constituída por 99 poços artesianos, que constituem 76 pontos para aplicação do cloro e flúor, sendo que este último começou a ser adicionado a partir de 1987, somente atingindo 100% dos poços em 1996.Inúmeras dificuldades de ordem técnica, de recursos materiais, humanos, administrativos e financeiros precisam ser superados para que a fluoretação efetivamente aconteça e somente a partir de 1997 o heterocontrole passou a ser realizado. A partir de 2000 a Vigilância Sanitária passou a realizar o acompanhamento da fluoretação e dentre as amostras analisadas, menos de 50% estão com teor adequado para o flúor, geralmente abaixo de 0,6 ppm, com prejuízos dos benefícios previstos por essa ação. As ações e projetos para melhorias na fluoretação ainda não foram capazes de melhorar esses resultados. A participação e o controle social da fluoretação representam ainda um processo incipiente na construção das políticas públicas vigentes no Município.

ASSUNTO(S)

fluoretação saúde bucal oral health políticas públicas fluoridation public policies

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