A feminilidade e a mulher na obra de Sigmund Freud

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Estudos sobre a mulher e sobre a feminilidade, dentro do campo psicanalítico, podem seguir rumos muito diferentes. O tema é cercado de polêmicas e contradições, já que autores pósfreudianos como Klein, Deutsch, Brunswick, Bonaparte, Müller, Horney, Jones e Lacan, apresentam versões diferentes e discordam, até mesmo, na interpretação do que Freud teria afirmado em sua obra. Esta pesquisa tem como objetivo realizar um retorno a teoria freudiana sobre a mulher e a feminilidade, a fim de solucionar possíveis conflitos teóricos, que tiveram origem na má interpretação de seus textos. Para melhor contextualizar o problema, foi realizada breve descrição do percurso histórico das teorias sobre o feminino no movimento psicanalítico. Dentre os autores citados, destaca-se Lacan, por suas inovações na concepção da feminilidade e do gozo feminino. Porém, o principal interesse deste trabalho é a teoria de Freud, o que levou ao estudo dos seus casos clínicos. Histeria, fobia e obsessão são as patologias encontradas em mulheres que Freud analisou e que fazem parte deste trabalho. Cada uma destas doenças apresenta uma lógica diferente na produção de sintomas, porém todas contribuem na construção de uma teoria sobre o feminino. Nas obras que tratam de temas sociais, antropológicos, artísticos e literários, Freud define o posicionamento da mulher em sua função social, assim como realiza afirmações marcantes sobre sua visão acerca do assunto. Encontram-se referências da feminilidade em figuras sedutoras e perigosas como a Medusa; e ao mesmo tempo, em figuras femininas representando a amor e a fertilidade. Freud descreve as mulheres como defensoras da instituição familiar, a ponto de negligenciarem as normas sociais. Esta maneira de ser, tipicamente feminina, não seria fruto apenas da cultura de uma civilização, mas segundo Freud, também tem origem em sua representação da sexualidade. Assim, os textos de Freud sobre a sexualidade feminina também são importante fonte das concepções sobre a mulher. O complexo de castração, advindo da investigação sobre as distinções anatômicas entre os sexos, gera conseqüências psíquicas que trazem uma forma de satisfação pulsional própria. Surge, portanto, a idéia de que Freud teria construído uma teoria falocêntrica, em que a mulher fica sempre na subordinação ao masculino (fálico). Procurando adentrar nesta crítica ao modelo freudiano, Birman propõe um novo olhar sobre a feminilidade, colocando-a como sexo originário. As definições de feminino, no entanto, podem levar os teóricos da psicanálise e da filosofia da psicanálise como David-Ménard a um estudo sobre a universalidade na construção da feminilidade em Freud e Lacan. Assim, o estudo da feminilidade e da mulher levam a um percurso por toda a obra freudiana e envolve a formação psicossexual e ambiente cultural.

ASSUNTO(S)

complexo de castração woman sexualidade feminina castration complex femininity sexo (psicologia) mulher feminine sexuality feminilidade (psicologia) filosofia

Documentos Relacionados