A expressão variável do imperativo nas histórias em quadrinhos : uma análise em tempo real
AUTOR(ES)
Giselle Cristina Smaniotto
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo investigar na linguagem escrita das histórias em quadrinhos a variação que permeia o modo imperativo. Variação que é percebida na fala espontânea formal e informal, namídia e, principalmente, nos textos dialogados. Assume-se neste estudo que esta variação corresponde à associação com os modos subjuntivo ou indicativo e não com a pessoa pronominal (tu/vós). Com o intento de verificar uma possível mudança em curso, são analisadas histórias em quadrinhos que correspondem ao período de pouco mais de meio século (de 1950 a 2003). O modelo teórico-metodológico adotado é o da Sociolingüística Laboviana e os dados recebem tratamento estatístico através do programa de regras variáveis VARBRUL. Os fatores lingüísticos considerados relevantes no condicionamento da forma variante indicativa são: o número da pessoa verbal, a polaridade da estrutura, a conjugação verbal, a presença/ausência de pronome complemento (tipo, posição e pessoa). O fator extralingüístico que considera as histórias traduzidas e as histórias nacionais também mostrou-se decisivo na freqüência de uso da forma indicativa. Nos dados totais observa-se uma percentagem de apenas 15% de uso da forma variante. Entretanto, analisando-se o aparecimento da forma indicativa década a década, comprova-se o crescimento desta, efetivamente, a partir da década de 80. Dessa forma, podemos concluir que a manifestação do modo imperativo está inserido num processo de mudança lingüística, na qual as formas indicativa e subjuntiva, no contexto estudado, lutam igualitariamente para expressar a modalidade imperativa. Vale ressaltar que esse fenômeno de variação não sofre qualquer estigma social, sendo as formas variantes aceitas sem preconceito lingüístico. Desse modo, seja na fala ou na escrita, o processo de mudança pode ser acelerado. Acredita-se que este estudo possa, juntamente com outros já realizados e a realizar-se, caracterizar o processo de variação do fenômeno em análise, confirmando-se daqui a algum tempo um avanço ou não em direção à mudança lingüística, sendo mais um passo rumo à descrição da linguagem em uso no Português Brasileiro atual.
ASSUNTO(S)
língua portuguesa - morfologia língua portuguesa - modo portuguese language - morphology
ACESSO AO ARTIGO
http://189.90.64.145/document/?code=vtls000107020Documentos Relacionados
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