A expressão da osteopontina e as suas funções possíveis nas desordens aórticas e doença arterial coronariana

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-06

RESUMO

OBJETIVOS: A osteopontina (OPN) está estreitamente associada com os processos de oncogênese e remodelação. Entretanto, essa citocina era raramente avaliada na presença de aortopatias, especialmente na dissecção aórtica aguda. O objetivo do presente estudo foi avaliar a expressão de OPN por meio de abordagens moleculares biológicas, de modo a oferecer uma melhor compreensão dos possíveis mecanismos das aortopatias. MÉTODOS: Pacientes consecutivos com um tipo de dissecção aguda da aorta (20 pacientes), aneurisma da aorta (nove pacientes) ou doença arterial coronária (21 pacientes) foram incluídos neste estudo. As amostras de sangue depois da heparinização sistemática e de 21 voluntários jovens e saudáveis não apontaram nenhuma evidência de qualquer problema ao serem investigados por ensaio imunoenzimático (ELISA). Os espécimes cirúrgicos dos tecidos aórtica coletados dos pacientes durante as operações foram obtidos para a reação de transcrição reversa quantitativa em tempo real em cadeia da polimerase (RT-PCR) para OPN mRNA, técnica de Western blot para a proteína OPN, e imunohistoquímica de OPN. Amostras da aorta de indivíduos saudáveis que morreram de acidente foram obtidos para controle imunohistoquímico. RESULTADOS: Com uso do RT-PCR quantitativo, as expressões de OPN mRNA foram suprarreguladas em todos os três grupos cirúrgicos. Os resultados quantitativos não revelaram quaisquer diferenças intergrupais. Western blot revelou que OPN foi positiva com intensidade semelhante de expressões em todos os três grupos. As análises quantitativas Western blot de expressões OPN não apresentaram significâncias entre os grupos. As expressões OPN medidas pelo teste ELISA no tecido aórtico foram 3,09311 ± 1,65737, 3,40414 ± 1,15095 e 1,68243 ± 0,31119 pg/mg de proteína na dissecção de aorta, aneurisma da aorta, e grupos de doença arterial coronariana, respectivamente. O nível de OPN dos pacientes com doença arterial coronariana foi muito menor do que aqueles com dissecção aórtica (P = 0,033) ou com aneurisma da aorta (P = 0,019). Testes não-paramétricos apontaram diferenças significativas nos teores de aorta OPN entre dissecção aórtica, aneurisma da aorta e grupos com doença arterial coronariana (P <0,01). Uma correlação direta significativa estava presente entre a concentração plasmática OPN e o intervalo de tempo entre o início da cirurgia de dissecção de aorta (Y = 2,4838 + 0,1420X, r² = 0,5623, r = 0,750, P = 0,032). Pela imunohistoquímica, a OPN foi expressa em células aórticas: na íntima, foi fraca em todos os três grupos cirúrgicos em comparação ao grupo saudável; na média, era fraca na dissecção aórtica, positiva intensa no aneurisma de aorta, focal positivo na doença arterial coronariana, mas igualmente positiva no grupo controle; e na adventícia, positiva para a dissecção da aorta, doença arterial coronariana e grupos de controle saudáveis, mas fraca positiva no grupo de aneurisma da aorta. CONCLUSÃO: Estes dados fornecem evidências de que a OPN pode desempenhar um papel na patogênese da aortopatias, incluindo dissecção aórtica, aneurisma da aorta R e doença arterial coronariana. OPN tem perspectiva potencial como ferramenta de diagnóstico clínico nas avaliações do processo de remodelação complexa, incluindo lesão vascular e de reparação.

ASSUNTO(S)

agentes moduladores da angiogênese aorta procedimentos cirúrgicos cardíacos proteínas da matriz extracelular osteopontina

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