A ÉTICA COMO SUBSTITUIÇÃO A PARTIR DE AUTREMENT QUÊTRE OU AU-DELÀ DE LESSENCE

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/06/2009

RESUMO

Esta Dissertação tem o objetivo de apresentar a Ética como Substituição a partir da obra Autrement quêtre ou au-delà de lessence. Para tanto, primeiro buscou-se apresentar a linguagem como pilar da estrutura ética do pensamento de Levinas. Uma vez que para ele a linguagem como discurso é o lugar privilegiado da identificação na consciência. Essa linguagem que tudo identifica é a linguagem da essência, Dito. Levinas apresenta uma linguagem antes do Dito: o Dizer, linguagem ética que possibilita a relação de proximidade com o Outro. Linguagem que não identifica a subjetividade com a consciência. O Dizer é abertura onde se dá o nascimento da subjetividade. Chegamos a esta tese depois de termos apresentado as críticas que Levinas terce à linguagem da imanência e à filosofia do diálogo. Logo em seguida, apresentamos como Levinas a partir da linguagem pensa a constituição da subjetividade. Isso foi possível a partir da crítica ao sujeito da modernidade e a ruptura radical com este. Em seguida apresentamos a constituição do sujeito fora da consciência-de-si. Isso depois de apresentarmos o traumatismo causado no Eu pelo questionamento do Rosto do Outro. Levinas contesta a origem do sujeito na consciência. O Eu é passividade, mas não no sentido de quietude, mas passividade pura, aquém do saber-se passivo. Levinas pensa o Eu aquém da consciência. Ele o pensa no acusativo, e isto o faz vazio de si mesmo, sua identidade vem de dentro na medida em que obedece o mandamento do próximo que vem de fora. É na medida em que responde que o Eu se identifica. Assim chegamos à parte central desta dissertação. A apresentação da Ética como Substituição, pois esta não é uma tomada de consciência. Mas provém de um Eu vazio que recorre a Si e de Si ao Infinito. Para tanto apresentamos como a Substituição está ligado diretamente à responsabilidade que no Dizer é exposição e resposta ao Outro. Ou seja, na proximidade onde o para do um-para-o-outro é sua condição. Depois de apresentar que o Eu em sua passividade absoluta é refém e Sub-jectum chegamos à noção exata do que seja o Autrement quêtre. O sujeito é aquele que substitui a tudo e a todos, mas que jamais pode ser substituído. Ele é de uma responsabilidade infinita. Sujeito sob o qual pesa o universo. Na Ética como Substituição temos a condição humana por excelência, nela a Ética é mais originária que a ontologia, pois ser suporte não é entrar numa relação de reconhecimento, ser suporte é doação, dar somente possível no Dizer. Subjetividade resposta, anárquica ao próprio sujeito, que já expulso de si não retorna a si pela consciência, mas em direção ao Infinito responde sempre em palavra profética. A substituição é Ética na medida em que o Eu nomeado pelo Outro tendo seu gozo interrompido responde em sua passividade absoluta eis-me aqui. Concluímos esta dissertação apontando que o humanismo do Outro homem pensado por Levinas tem como condição de possibilidade a ética como Substituição.

ASSUNTO(S)

substituição Ética subjetividade linguagem levinas. filosofia substitution Éthique subjectivité langue levinas.

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