A epidemiologia do tracoma no Estado de São Paulo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1993

RESUMO

o tracoma foi introduzido no Estado de São Paulo pela imigração européia, que se intensifica a partir da segunda metade do século XIX. Nas primeiras décadas do século XX já havia tornado-se endêmico, sendo uma das doenças de maior prevalência, à época, não só em São Paulo, como em todo o pais. A partir da década de trinta, inicia-se em São Paulo, a instalação de uma rede de serviços especializados em tracoma. Já a partir da segunda metade da década de cinquenta, esta rede de serviços começa a detectar uma diminuição da ocorrência e gravidade do tracoma no Estado, que foi por fim considerado erradicado ao inicio da década de setenta. No entanto, na década seguinte, novos casos de tracoma voltam a ser detectados na região oeste do Estado, e posteriormente em outras regiões. Até o momento, constatou-se a ocorrência de tracoma endêmico em mais de 150 municípios do Estado. Demonstrou-se ainda que, na realidade, o tracoma nunca chegou a ser erradicado, e que a sua ocorrência concentra-se majoritariamente em determinados agrupamentos sociais marginalizados dos benefícios do desenvolvimento socioeconômico. o tracoma de hoje difere do tracoma endêmico causador de cegueira do passado. Verifica-se uma tendência à diminuição da gravidade dos casos, sendo a maioria deles assintomáticos e detectados através de busca ativa. Discute-se se esta mudança relaciona-se apenas à diminuição da prevalência ou a outros fatores relacionados ao agente etiológico, ou ainda à disseminação do uso de drogas antimicrobianas. Postula-se que os níveis de prevalência já detectados em São Paulo justificam a intensificação das atividades de vigilância epidemiológica, aliada ao necessário aprofundamento das investigações, com o objetivo de melhor conhecer o problema e viabilizar o seu controle

ASSUNTO(S)

conjuntivite granulosa - epidemiologia - são paulo (estado)

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