A encruzilhada da vida política em assentamentos de reforma agrária no Rio Grande do Norte
AUTOR(ES)
Melquisedeque de Oliveira Fernandes
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
28/05/2010
RESUMO
Dentro do caro processo histórico de luta pela terra no Brasil, os assentamentos rurais representam um marco de conquista de trabalhadores rurais sem terra. A princípio, oferecem condições básicas de sobrevivência, através do acesso à terra e suporte inicial para sua exploração. Ao mesmo tempo, são estimuladas formas de organização política das famílias para que consigam lidar com os novos desafios do cotidiano. O momento que segue à conquista da terra e, por conseguinte, a construção do assentamento enquanto projeto de vida e de trabalho, é atravessado por demandas objetivas e subjetivas, com destaque para as alternativas de produção agrícola e estratégias de articulação coletiva. As associações de assentados, originalmente formadas como dispositivos de gestão coletiva da terra, são também espaços reservados para sociabilidade política, que orientada por princípios participativos, pode conduzir os assentados às novas conquistas, ditadas no ritmo das experiências cotidianas. O objetivo desse trabalho é o de buscar compreender formas de participação no âmbito destas associações e a maneira pela qual isto se traduz em melhores condições de vida para o grupo, a partir das experiências de assentamentos localizados nos Territórios da Cidadania Mato Grande e Açu-Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte. As concepções teóricas que orientam esta análise concentram-se nas discussões sobre democracia e participação (Paterman, Putnam, Bodernave) e nas reflexões sobre o mundo rural (Medeiros, Martins, Woortmann e Woortmann, Bergamansco). Do ponto de vista metodológico, diferentes estratégias foram desenvolvidas: a observação direta, o registro em caderno de campo, a aplicação, in loco, de questionários socioeconômicos às famílias assentadas e entrevistas semi-estruturadas com as lideranças internas. Com isso, pudemos constatar que as formas de participação nas associações operam em dois sentidos: de um lado, promovem oportunidades de assimilação de capacidades democráticas acompanhada de noções de direitos sociais e redefinição de padrões políticos; de outro, oferece efetivamente a possibilidade dos próprios assentados conduzirem, com relativa autonomia, a organização política e suas mudanças em direção a um modo de vida que desejam ter no assentamento
ASSUNTO(S)
ciencias sociais aplicadas reforma agrária assentamentos rurais associativismo organização política participação democracia participativa agrarian reform political organization participation democracy participative rural settlements associative
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