A emergência de subjetividade no ato de transcrição: da oralidade à transcritura

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Este trabalho problematiza o processo de transcrição da oralidade à escrita, de modo que entendemos a transcrição como um ato enunciativo e não simplesmente mero espelhamento entre texto transcritível (texto oral gravações das entrevistas) e a transcrição (texto escrito). Transcrever é um ato muito corriqueiro em nosso cotidiano, especialmente no meio acadêmico, em pesquisas em torno da fala. No entanto, em decorrência de um investimento imaginário, o transcritor sempre transcreve acreditando na possibilidade de manter o estatuto do texto transcritível na transcrição, o que não acontece, considerando-se a transcrição um ato enunciativo. Assim, ao considerarmos que a transcrição é um ato enunciativo, consideramos consequentemente a presença de um sujeito da enunciação, a emergência de subjetividade, bem como a emergência de rastros de singularidade. Desse modo, filiados à Linguística da Enunciação de Émile Benveniste, à Linguística de Ferdinand de Saussure mais especificamente à Teoria do Valor à Filosofia de Jacques Derrida e Michail Bakhtin, analisamos as transcrições de duas entrevistas do programa Canal Livre da Rede Bandeirantes de Televisão, quais sejam: entrevista com o médico legista Badan Palhares e o ministro das telecomunicações Hélio Costa, feitas por três transcritores: um jornalista, um linguista e o próprio pesquisador. Nesse sentido, nosso objetivo é observar as diferenças que emergem de uma comparação entre as transcrições e, assim, apontar para os efeitos produzidos por essas diferenças, já que acreditamos serem, esses efeitos, lugar de emergência de subjetividade, bem como de rastros de singularidade.

ASSUNTO(S)

subjetividade diferença singularidade enunciação transcrição linguistica comunicação escrita análise do discurso transcription la subjectivité la singularité et la différence

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