A “educação na reconstrução da pátria” e a imagem do indígena
AUTOR(ES)
Castilho, Mariana Moreno
FONTE
Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-12
RESUMO
Resumo O artigo busca entender as similaridades entre os pensamentos presentes no projeto educacional proposto por José Veríssimo em 1890; nas propostas surgidas na seção de etnografia do 1o Congresso Brasileiro de Geografia, realizado no Rio de Janeiro em 1909; e na fundação do Serviço de Proteção ao Índio e Localização de Trabalhadores Nacionais (SPILTN), em 1910. A análise de A educação nacional (1906 [1890]), de Veríssimo, das atas do 1º Congresso Brasileiro de Geografia, assim como das propostas do SPILTN, indica a recorrência do pensamento sobre permeabilidade do indígena à “civilização” por meio da educação, visando a transformação da identidade étnica do indígena a partir da assimilação dos hábitos e valores da sociedade dita civilizada. Destarte, a partir do exame desses documentos, percebe-se como as concepções de civilização, raça, educação, urbanidade e nação articularam-se em seus discursos na busca de uma identidade nacional e influíram na construção da imagem interdita do indígena. A conclusão é que a inserção do indígena no corpo nacional por meio da educação era admitida, desde que ele se despojasse de sua identidade étnica. Uma atitude que deveria representar respeito ao indígena, como homem, revela-se assim uma forma de desrespeito.
ASSUNTO(S)
josé veríssimo educação civilização alteridade indigenismo
Documentos Relacionados
- Avenida Borges de Medeiros "Semana da Pátria"
- "Saberei sustentar a cruz de Cristo e a bandeira da Pátria" : o espiritualismo integralista na doutrina do Partido de Representação Popular : (1945-1950)
- A "história pátria" entre dois monumentos: o passado colonial nas notas de rodapé da História geral do Brasil e da História da colonização portuguesa no Brasil
- A criação do Centro de Educação e Cultura Indígena (CECI) e a educação infantil indígena na aldeia Krukutu
- "Educação do corpo" e campo científico: da fluidez do conhecimento às lutas simbólicas