A dinamica da vontade de poder como proposição moral nos escritos de Nietzsche

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

O objetivo desta tese é demonstrar que, nos escritos de Nietzsche sobre a moral, não há uma negação da moral ou da filosofia, e sim da pretensão da filosofia e da moral em conferir a seus postulados o caráter de dogmas, objetos de fé, fins últimos, em relação aos quais o homem e o mundo são apenas meios. Trata-se, por um lado, de uma contraposição àquelas formas de interpretar o pensamento de Nietzsche que, tomando, de maneira descontextualizada, expressões como "nada é verdadeiro, tudo é permitido..." (GM 111, 24), associam-no a um apregoador do relativismo no campo filosófico e do laisser aller no campo moral, ou a um precursor do que se convencionou chamar de "pós-modemidade". E, por outro lado, de afirmar que nesses escritos o que se tem é a recondução da moral e da filosofia ao papel de meios num processo que tem a elevação do homem por "meta". Para demonstrar essa possibilidade de leitura, serão tomados como referência principal os escritos posteriores a Assim falou Zaratustra, (em particular Além de Bem e. Mal e Para a Genealogia da Moral), entendendo-se que é especialmente neles que se articulam os novos conceitos como ?vontade de poder?, ?além-do-homem? (o primeiro entendido como a característica básica de toda moral e o segundo como o tipo fisiológico que Nietzsche defende em seus escritos), que oferecem a Nietzsche a linguagem própria para tratar de problemas próprios e para expor sua perspectiva no campo da moral. A partir desses escritos e das peculiaridades que Ihes são próprias, é feita uma análise do procedimento genealógico de Nietzsche, de sua concepção dinâmica da vontade de poder, de seu perspectivismo e de sua compreensão da moral ocidental como décadence. Por fim, são apresentados alguns traços da moral que se oculta, mas que também se delineia na crítica de Nietzsche à moral.

ASSUNTO(S)

bem e mal filosofia alemã genealogia niilismo

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