A dicotomia tradutor/autor na leitura de "a tarefa do tradutor", de Benjamin, por Derrida

AUTOR(ES)
FONTE

Trabalhos em Linguística Aplicada

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-06

RESUMO

O presente artigo analisa a dicotomia entre tradutor/tradução (texto de chegada) e autor/original (texto de partida), considerando a postura da crítica tradicional, representada aqui pela apreciação de Maurício Santana Dias à tradução de A Divina Comédia, de Dante Alighieri, empreendida por Italo Eugênio Mauro e de Carlos Heitor Cony e Ivo Barroso a traduções do poema O Corvo, de Edgar Allan Poe; alguns casos exemplares em que tradução e original se confundem, como a tradução que Charles Baudelaire fez dos contos de Edgard Allan Poe e a obra de Daniel Gagnon, Une fille a marie e The daughter to marriage, uma mesma história escrita pelo mesmo autor em duas línguas diferentes; a questão dos direitos autorais e a discussão de Jacques Derrida sobre tradução e original e a tarefa do tradutor, contida em "Des Tours de Babel", texto em que retoma o clássico "A tarefa do tradutor" (Die Aufgabe des Übersetzers), de Walter Benjamin. Partindo da análise de discurso, da desconstrução e dos conceitos pós-coloniais de tradução, nosso objetivo foi demonstrar que as obras traduzidas não se encontram, necessariamente, em patamar inferior, em termos de qualidade literária, em relação à obra de partida, ressaltando que, em muitos casos, quando não se dispõe do que chamamos "elementos formais de distinção", não é possível distinguir original de tradução. Logo, concluímos, partir do pressuposto de que inferioridade literária seria característica de tradução premissa em que a crítica tradicional tem se apoiado para justificar suas avaliações negativas das traduções não faz sentido algum.

ASSUNTO(S)

tradução literária desconstrução pós-colonialismo

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