A dengue em belo horizonte: inquérito soroepidemiológico de base populacional (2006-2007), estudo de vírus em vetores (2007). Avaliação do plano nacional de controle da dengue (2008)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Introdução: No verão-outono de 1996, ocorreu a primeira epidemia de dengue em Belo Horizonte localizada no Distrito Sanitário (DS) Venda Nova, ao norte do município, quando foram notificados pouco mais de 1.000 casos. No primeiro semestre de 1997, aconteceu uma nova epidemia, de magnitude semelhante a anterior, concentrada em duas regiões da cidade, novamente incluindo Venda Nova, mas com maior incidência de casos notificados no DS Oeste (56% dos casos). Em ambas as epidemias, o único sorotipo do vírus da dengue (DENV) identificado foi o DENV-1. No segundo semestre de 1997, iniciou-se uma nova epidemia e se estendeu até o final do primeiro semestre de 1998, quando foi detectada circulação simultânea de DENV-1 e DENV-2. Esta epidemia, com cerca de 86.000 casos notificados foi a de maior magnitude na história do município. Desde então, DENV-1 e DENV-2 estiveram associados a alças epidêmicas anuais nos meses quentes e úmidos. Em Fevereiro de 2002 o DENV-3 foi identificado pela primeira vez no município, sem modificação na sazonalidade até então observada. Objetivo. Esta tese de doutorado, apresentada no formato de três artigos, teve como objetivo principal estudar a dengue no Município de Belo Horizonte - MG, por meio de inquérito populacional aleatório, em três DSs (Centro-Sul, Leste e Venda Nova), entre 2006-2007, com detecção de anticorpos para os sorotipos circulantes do vírus. Em outro artigo, foi feita uma avaliação do Programa Nacional do Controle da Dengue - PNCD. O terceiro artigo estuda a ocorrência de vírus em vetores coletados na natureza. Método. Em um dos artigos foi avaliado o cumprimento de metas pelo PNCD, utilizando análises comparativas entre os períodos anteriores e posteriores a sua implantação considerando como parâmetro as metas alcançadas em municípios definidos como prioritários pelo PNCD. Para tanto, foram feitos estudos descritivos dos indicadores epidemiológicos após a implantação do PNCD e análise estatística considerando as taxas de incidência de dengue do período anterior, dados climáticos, demográficos e socioeconômicos, utilizando regressão linear e múltipla. No artigo que trata do inquérito soro-epidemiológico foi aplicado questionário contendo informações gerais, socioeconômicas e informações sobre história pregressa de dengue. As amostras sorológicas coletadas foram examinadas pelo teste de soro-neutralização. No artigo número 3 foram analisadas por meio da técnica de reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa (RT-PCR), presença de vírus em amostras de vetores coletados no campo, nas mesmas regiões em que foi realizado o inquérito soro-epidemiológico. Resultados. A avaliação do PNCD apontou dificuldades relacionadas ao cumprimento das metas do Programa, com resultados abaixo do esperado e indícios de agravamento do problema. No inquérito soro-epidemiológico foi encontrada soroprevalência de 11,85% (84/709), significando persistência importante de população susceptível para todoas os sorotipos (88,15%). Indivíduos soropositivos, comparados aos soronegativos, foram mais freqüentes em moradores de edificações horizontais e que residiam no Distrito Sanitário de Venda Nova. Na pesquisa de vírus em vetores, amostras individuais e agrupadas de Ae. aegypti e Ae. Albopictus, foram positivas para um ou dois DENV sorotipos, em período no qual apenas DENV-3 foi isolado nas amostras sorológicas da Vigilância Epidemiológica. Conclusões. Este estudo obtém informações importantes para compreensão da ocorrência da dengue em Belo Horizonte. Atesta a qualidade da Vigilância Epidemiológica no município e aponta diferenças regionais da ocorrência da dengue no município. Remete para a necessidade de que inquéritos sorológicos devam ser estimulados, bem como estudos que incluam a presença de vírus em vetores, avaliando qualidade e oportunidade do Sistema de Vigilância Epidemiológica e a suscetibilidade aos sorotipos circulantes.

ASSUNTO(S)

medicina preventiva teses. saúde pública teses. infecção decs programas nacionais de saúde decs vigilância epidemiológica decs dengue decs tese da faculdade de medicina da ufmg dengue/epidemiologia decs epidemiologia descritiva decs estudos soroepidemiológicos decs dissertações acadêmicas decs reação em cadeia da polimerase decs

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