A defecografia na constipação intestinal associada a hipercontratilidade do diafragma pelvico diagnosticado pela manometria anorretal

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

Durante a defecação, a musculatura do diafragma pélvico e os esfincteres anais, que mantêm o tônus de repouso, necessitam de relaxamento para permitir a descida do períneo e abertura do canal anal. Alguns pacientes, com sintoma de constipação intestinal, podem ter este mecanismo de inibição da atividade muscular alterado, com conseqüente obstrução funcional. No período de janeiro de 1997 a janeiro de 1999 foram avaliados vinte e dois pacientes com constipação intestinal crônica idiopática que apresentaram na manometria anorretal pressão anal de repouso elevada e diferencial de pressão entre a pressão máxima de contração voluntária e a. pressão média de repouso em níveis expressos pela equação: Diferencial de pressão <2 PMR + 0,2 (2 PMR). A este estado foi denominado hipercontratilidade da musculatura esfincteriana e do diafragma pélvico (HEDP). Os pacientes foram submetidos a defecografia para investigar quais as alterações que possivelmente estivessem associadas com este status manométrico. O principal sintoma do distúrbio de defecação foi separado em predomínio da dificuldade de iniciar a evacuação, predomínio da sensação de evacuação incompleta e mista (sem predomínio). A defecografia destes pacientes foram comparadas a defecografia de indivíduos assintomáticos, e posteriormente foram comparadas com o sintoma predominante da dificuldade de evacuação, com a retenção de níarcadores intestinais radiopacos do trâpsito cólico na região retossigmóide, com a pressão média de repouso, pressão máxima de contração voluntária e com o diferencial de pressão. Não houve um padrão definido nas alterações encontradas nos exames defecográficos dos pacientes que possuem o diagnóstico mano métrico de HEDP. O ângulo anorretal medido nas diversàs fases do exame, e o percentual de variação do ângulo anorretal na contração em relação ao repouso e na evacuação em relação ao repouso, e o nível de descida do períneo durante a evacuação não foram discriminatórios. O percentual de resíduo pós-evacuação, o tempo de esvaziamento e o diâmetro do canal anal foram significativos com a condição mano métrica, porém apresentaram perfil semelhante aos pacientes constipados de maneira genérica. A retenção dos marcadores na região retossigmoideana no trânsito cólico não foi concordante com o esvaziamento retal na defecografi~ exceto nos casos isolados de diagnóstico defecográfico de evacuação obstruída por diafragma pélvico espástico (DiPE). A manifestação clínica de dificuldade de iniciar a evacuação foi preponderante sobre a sensação de evacuação incompleta. Os pacientes com dificuldade de iniciar a evacuação tiveram maior percentual de resíduo pós-evacuação do que os pacientes com sensação de evacuação incompleta. As variáveis da defecografia são independentes da manometria anorretal, e possivelmente as anormalidades da defecografia são conseqüência do esforço prolongado causado provavelmente pelos níveis de pressão do canal anal

ASSUNTO(S)

radiologia reto - doenças

Documentos Relacionados