A construção da gestão participativa na escola : um estudo de caso

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

É comum identificar nas escolas o convencimento de que as decisões e os problemas ali existentes devam ser absorvidos e resolvidos pelo diretor, revelando uma postura acrítica em relação a uma forma de gestão centralizada na figura do diretor, que o coloca como controlador das ações e todos demais integrantes do processo educativo como meros executores ou expectadores. Por que isto acontece? Onde e com quem as pessoas aprenderam a adotar e a corroborar esse tipo de gestão? Este modo de conceber e realizar a gestão escolar tem origem no fato da administração escolar ter incorporado as concepções e práticas da teoria de administração de empresas. A partir da década de 1980, a expectativa de democratização da educação e da escola passa a incorporar a produção teórica e o papel do diretor constitui-se num importante foco de análise nos estudos sobre gestão escolar. Desde então, embora seja comum, nos diferentes sistemas educacionais, observar-se a tendência a afirmar a opção por uma gestão participativa sem que sejam implementadas ações que de fato a consolide, existem escolas que vêm demonstrando resultados positivos, quando são estabelecidas parcerias entre seus membros, na busca de solução para seus problemas. Por tomar conhecimento de uma escola pública, cuja diretora vinha implementando ações com vistas a incentivar e fortalecer a participação dos diferentes segmentos que compõem a unidade escolar, foi realizada esta investigação sobre aquela experiência de gestão participativa, com o objetivo de conhecer e analisar as iniciativas que vinham sendo implementadas por aquela diretora, com vistas a instituir um modelo de gestão participativa naquela escola e que procedimentos vinham sendo adotados com esta finalidade. Para contextualizar a pesquisa, procedeu-se à analise de documentos da Secretaria Municipal de Educação e da própria escola, no intuito de identificar indicativos que pudessem ser tomados como orientadores das práticas de gestão pretendida naquele sistema de ensino. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas com a diretora, aplicação de questionários a professores, funcionários e pais e da observação de atividades da escola. Dos dados obtidos, foram extraídos aqueles que se constituíram em foco desta pesquisa: as práticas de gestão da diretora que indicam estímulo aos processos participativos e os modos de realização adotados. Para análise dos dados valemo-nos das categorias das formas de participação: como presença, como expressão verbal, como representação e como engajamento, da produção teórica de Heloisa Lück e de Vitor Paro sobre o tema. Através desta pesquisa foi possível identificar que esta diretora favorece a participação das pessoas nos vários processos do cotidiano escolar antes da tomada de decisão na solução dos problemas da escola, tais como: nas reuniões, nas assembléias dos alunos, nas reuniões de acolhimento aos pais, professores e alunos e que estabelece um fluxo de comunicação entre todos os membros da escola, além de incentivar e promover situações de diálogo entre os vários sujeitos. Foi possível também constatar que há um esforço por parte do Sistema de Municipal de Ensino, que contribui com a comunicação através da divulgação de documentos e das capacitações dos professores pela TV Educativa, que ocorrem quinzenalmente.

ASSUNTO(S)

gestão escolar gestão participativa sistema municipal de educação de jundiaí. educacao

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