A competitividade da produção de biodiesel no Brasil: uma análise comparativa de mamona, dendê e soja

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/03/2012

RESUMO

A possibilidade de diversificação na produção de matérias-primas utilizadas para fabricar biodiesel favorece a competitividade brasileira. Contudo, os custos atuais de produção de biocombustíveis, em todo mundo, são pouco competitivos em relação aos dos derivados de matérias-primas fósseis. Considerar somente aspectos relacionados às questões econômicas para justificar o funcionamento de um sistema é uma prática que tem sido questionada. As alterações nos atos de consumo, no padrão produtivo e na valoração de aspectos sociais e ambientais pela sociedade e pelo mercado têm conduzido a uma ampliação de dimensões de análise de desempenho de empresas e de espaços agregados de produção. Diante disso, este trabalho propõe analisar a competitividade e as principais estruturas de governanças vigentes nas cadeias produtivas de produção de biodiesel no Brasil a partir da mamona, do dendê e da soja. Esta pesquisa pode ser classificada como multicasos, pois utiliza técnicas de pesquisa exploratória bibliográfica e documental, bem como entrevistas aos agentes inseridos na pesquisa. Três estruturas de governança se destacaram nesta análise: a integração vertical parcial com agricultores familiares (para todas as matérias-primas focadas), possibilidade de verticalização completa das atividades agrícolas do dendê às usinas e por fim, a compra direta via mercado spot do grão de soja. O trabalho aponta que a utilização da mamona para a produção de biodiesel é impraticável no curto prazo, parecendo ser uma promessa futura ainda de difícil viabilização. Por outro lado, o dendê parece ser uma possibilidade viável de médio prazo que permitiria desenvolver uma cadeia baseada nessa matéria-prima com a possibilidade de inclusão produtiva de produtores familiares e ribeirinhos da região Norte. Em contrapartida, a soja possui vantagens competitivas importantes frente às demais oleaginosas aqui abordadas, o que tem contribuído para que a oleaginosa atenda em quantidade - não somente à demanda obrigatória imposta pela legislação de adição de biodiesel ao diesel, como também, às requisições impostas pelo selo combustível social. Os resultados do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel em relação a inclusão produtiva de pequenos agricultores ainda são tímidos e o ambiente institucional passa a ser determinante para a inclusão de agricultores familiares nas cadeias desse setor.

ASSUNTO(S)

competitividade agricultura familiar biodiesel mamona dendê soja estruturas de governança engenharia de producao farms producers biodiesel competitiveness palm governance etructures castor soy

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