A cidade de Rubem Braga : o espaço urbano nas crônicas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A crônica, que no Brasil adquiriu identidade própria, traz entre seu repertório algumas imagens do espaço urbano. E, para entendermos melhor como esse gênero se associa à cidade, funcionando, muitas vezes, como espelho das alterações tanto do espaço quanto do homem citadino, faz-se mister analisar o que podemos chamar provisoriamente de trajetória da crônica urbana na literatura brasileira. Se em José de Alencar os textos estão relacionados com o projeto romântico, e sua crônica-folhetinesca registra a paisagem do Rio, principalmente, da efervescência cultural que se integra à cidade, Machado de Assis, por seu turno, aborda aspectos da cidade, destilando ironia também no registro das vicissitudes do homem do seu tempo e espaço. Ainda nesta perspectiva, temos, no início do século XX, a figura de Lima Barreto, escritor suburbano que transita pela cidade e capta não só as mudanças arquitetônicas entre o centro e o subúrbio, mas também e, especialmente, a condição de vida dos habitantes desses dois espaços ao mesmo tempo distantes e integrados. Calcados na análise desses cronistas citados, pretendemos cotejar de que forma Rubem Braga se insere na perspectiva da crônica urbana. A princípio levantamos a hipótese de que na sua produção, a cidade é vista não só como espaço heterogêneo, mas também como elemento fomentador que não pode ser dissociada da imagem do homem e de sua posição enquanto ser urbano. Assim, analisaremos as implicações que esse lugar pode significar, tanto em termos de condição social como também em relação à própria identidade do sujeito. Para tanto, analisaremos dois blocos: as crônicas que se centram nas diversas imagens da paisagem urbana e aquelas que focalizam a cidade a partir da perspectiva do homem citadino.

ASSUNTO(S)

cidades e vilas na literatura brazilian cronics history and criticism cities and towns in literature crônicas brasileiras - história e crítica

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