A CENTRALIDADE DA MATERNAGEM NA RELAÇÃO PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL: O DISCURSO DE DOCENTES E FAMÍLIAS USUÁRIAS DE CRECHE CAMPINA GRANDE PB 2007 / The strength of motherhood in the child education pedagogical relationship. The speech of teachers and families users of day care / The strength of motherhood in the child education pedagogical relationship. The speech of teachers and families users of day care / A CENTRALIDADE DA MATERNAGEM NA RELAÇÃO PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL: O DISCURSO DE DOCENTES E FAMÍLIAS USUÁRIAS DE CRECHE CAMPINA GRANDE PB 2007

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

As demandas atuais por educação infantil procedentes das novas políticas educacionais, vêm provocando discussões em torno da significação desse nível de educação e da nova postura dos educadores frente ao desenvolvimento integral da criança, proposto pela legislação específica. Ao estabelecer a educação infantil como primeira etapa da educação básica, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, Lei n 9394/96, estabelece que a criança deve ser respeitada como cidadã, sujeito de direitos. Esta lei é incisiva em preconizar formação superior para o profissional que atua nesse nível de educação, apontando, assim, para exigências teóricas, profissionais que a educação das crianças requer. Neste contexto, elegemos as questões desta pesquisa: Que significados de educação infantil marcam o discurso de professoras e de famílias usuárias de creches? Que relações são apontadas entre ser mulher, ser mãe, ser professora de crianças de 0 a 6 anos? Estas perguntas se traduzem no objetivo da pesquisa: analisar significados que educadores e famílias usuárias de creches dão à educação infantil. A pesquisa molda-se como um estudo de caso, com abordagem qualitativa, realizado em uma creche estadual em Campina Grande-PB. Participaram da pesquisa dez professoras e dez integrantes de famílias usuárias da respectiva creche. Os dados foram coletados através de documentos oficiais, questionários e entrevistas, no período de outubro a dezembro de 2006. Os discursos foram analisados através da Análise de Conteúdo. Através do discurso das professoras e de famílias usuárias de creches, constatamos que a docência na educação infantil ainda envolve aspectos indicadores do assistencialismo marcante no final do século XIX e início do século XX, nessa atividade, época em que o profissional que lidava com as crianças eram cuidadoras ou crecheiras, sob o princípio da custódia. Para as professoras entrevistadas, a formação acadêmica para a educação infantil parece ser pouco significativa, contrariante à maternagem, que se mostrou norteadora de todo o processo educativo na creche onde trabalham. Esta referência se articula à idéia da educadora nata e a estereótipos que naturalizam atributos femininos. Os discursos de professoras e usuários da creche pesquisada parecem significar uma nova versão do que defendiam os conservadores, higienistas e religiosos do passado. Apreendemos, também, uma recorrente improvisação de professoras na creche pesquisada, o que leva a inferir descaso com educação infantil. Os parâmetros oficiais de qualidade para educação infantil e a prática dessa atividade estão em contradição.

ASSUNTO(S)

educação infantil mulher early childhood education políticas educacionais maternagem infância motherhood ciencias humanas teachers improvisation

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