A BUSCA PELA AGÊNCIA: O SENTIDO DO TRABALHO PARA MOTORISTAS DE APLICATIVOS

AUTOR(ES)
FONTE

RAM, Rev. Adm. Mackenzie

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/12/2018

RESUMO

RESUMO Objetivo: Este estudo objetiva investigar como motoristas de aplicati- vos de transporte estão atribuindo sentido ao seu trabalho, tomando como pressuposto teórico o modelo proposto por Rosso, Dekas & Wrzesniewski (2010). Originalidade/valor: Internacionalmente, é considerado baixo o volume de pesquisas empíricas envolvendo mercados laborais digitais. Nacionalmente, pesquisas no contexto da Economia Compartilhada raramente enfocam a perspectiva laboral. Apesar de ser fenômeno em crescimento, não foram encontrados estudos sobre a produção de sentidos e significados do trabalho por motoristas de aplicativos. Design/metodologia/abordagem: De natureza qualitativa e exploratória, esta pesquisa foi realizada com 37 motoristas de aplicativos no período entre maio e setembro de 2017, em Porto Alegre (RS). Selecionados aleatoriamente, os entrevistados foram acionados para um percurso de trabalho pelo mecanismo de aplicativos de transporte privado de passageiros em seu ambiente laboral. O conteúdo das entrevistas foi categorizado e analisado a partir do framework de Rosso et al. (2010). Resultados: Foram encontrados elementos que remetem a todos os quadrantes do modelo: “auto-conexão”, “individualização”, “contribuição” e “unificação”. O sentido da atividade, entretanto, se expressa predominantemente no desejo, na busca e na valorização por agência, nos mecanismos de auto-eficácia e auto-gestão, em especial nas perspectivas financeira, de autonomia e flexibilidade. Esta pesquisa contribui ao interseccionar o estudo das transformações do mundo do trabalho e a construção de sentidos e significados, utilizando-se de um framework pouco utilizado nas pesquisas brasileiras. Além disso, colabora para ampliar o entendimento sobre a expansão dos mercados laborais digitais, em especial, nos seus impactos sobre os trabalhadores.

ASSUNTO(S)

sentido e significado do trabalho economia compartilhada mercados laborais digitais gig economy motoristas de aplicativos

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